Além das ações de combate ao câncer de mama, o mês de outubro também traz o alerta para prevenção e diagnóstico da sífilis, que é diagnosticada e tratada nos postos de saúde da Capital. A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) aproveita a campanha do Outubro Verde para reforçar as orientações e cuidados sobre a doença, que pode ser transmitida por relações sexuais, de maneira vertical (da mãe para o feto) ou por transfusão de sangue. A doença é curável, através de medicação. No entanto, se não tratada, pode levar ao óbito.

Os principais tipos de sífilis são adquirida, congênita ou gestacional. Inicialmente se manifesta como uma ferida na região genital, mas não dói, não arde e não coça, desparecendo após certo período. Quando retorna, já na fase secundária, se apresenta comumente com manchas escuras nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, podendo também estar presente no corpo todo. Se não tratada, a sífilis evolui para a fase terciária, caracterizada por comprometimento das articulações, do sistema nervoso central e do coração, podendo causar cegueira, perda da audição e a morte.

Caso sejam observados sintomas de sífilis, o paciente pode buscar um dos postos de saúde para realização de teste rápido. Caso o teste seja positivo, é realizado um novo teste, mais complexo, e o tratamento é realizado na própria unidade.

A sífilis é considerada uma epidemia mundial. Desde 2010, o número de infectados cresceu consideravelmente no mundo todo, e um dos fatores diz respeito à falta do uso de preservativo durante as relações sexuais. Em Fortaleza, no ano de 2021, a taxa de sífilis adquirida por 100 mil habitantes chegou a 51,6. A taxa da incidência congênita chegou a 24,9 por 100 mil habitantes no mesmo período.

Na Capital, a faixa etária mais atingida pela infecção é a de jovens entre 20 e 29 anos. “A principal ferramenta de prevenção é o uso da camisinha, que está disponível gratuitamente em todos os postos, sem necessidade de agendamento ou atendimento”, explica Marcos Paiva, assessor da área técnica de IST/Aids e Hepatites Virais da SMS.

Sífilis congênita

A sífilis congênita ocorre quando a mãe com sífilis não tratada ou tratada de forma inadequada transmite a bactéria para o feto durante o parto ou gestação. Em Fortaleza, as gestantes que realizam o pré-natal nas unidades de saúde realizam diversos testes de ISTs, incluindo os da sífilis. Na Rede Municipal, cerca de 71% dos casos deste tipo são diagnosticados durante o pré-natal e 91% possuem um desfecho positivo.

O tratamento da gestante e do pai da criança é realizado nos postos, evitando uma possível transmissão vertical no momento do parto. “Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico, rapidamente é realizado o tratamento e maiores são as chances de um desfecho saudável para a mãe e para o bebê”, reforça Léa Dias, assessora técnica da área da Saúde da Mulher.

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A programação conta com palestras que abordam o tema por diversos ângulos (Foto: Estácio Jr. /arquivo)

Nos próximos dias 6 e 7 de maio, será realizado o Seminário Internacional de Prevenção da Transmissão Vertical da Sífilis, por meio de parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e a Universidade de Fortaleza (Unifor). O evento é voltado para profissionais da Rede Municipal de Saúde e acontecerá no auditório Celina Queiroz na Unifor.


O seminário contará com a participação da médica Nathalie Brouter, chefe do Departamento de Saúde Reprodutiva e Pesquisa da Organização Mundial de Saúde (OMS). A palestra da especialista terá início às 9 horas, no dia 6 de maio, com o tema "Epidemiologia da Sífilis em gestantes e da sífilis congênita no mundo e no Brasil: Porque se consegue controlar a TV do HIV e não da Sífilis?”.

A programação conta com palestras que abordam o tema por diversos ângulos, a exemplo de O Trabalho da Rede Cegonha e a Prevenção e transmissão da Sífilis, Diagnóstico e Tratamento da Doença, dentre outros. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones (85) 3477.3385/ 3477.3280.

Serviço
Seminário Internacional sobre Sífilis

Dia 6 de maio - MANHÃ
- 9h às 10h30
“Epidemiologia da Sífilis em gestantes e da Sífilis Congênita no mundo e no Brasil: Por que se consegue controlar a TV do HIV e não da Sífilis?”
Palestrante: Dra. Nathalie Brounet – médica da OMS
- 10h30 às 11h20
“A Rede Cegonha no contexto da prevenção da transmissão vertical da Sífilis”
Palestrante: Dra. Adriana L. Lima Melo – assistente Social da Área Técnica da Saúde da Mulher e Gênero e apoiadora do Ministério da Saúde
- 11h20 às 12 horas
Debate
- 12h às 13 horas
Almoço

Dia 06 de maio – TARDE
- 13h15  às 14h15
“Diagnóstico e tratamento da Sífilis na gestante e no parceiro sexual”
Palestrante: Dra Elaine Feitosa - médica obstetra do Hospital Distrital Gonzaga Mota de Messejana (HDGM)
- 14h15 às 15h15
“Aplicação da penicilina benzatina na atenção primária. Risco de anafilaxia e como proceder”
Palestrante: Dra. Maria Lurdemile S. Mota – professora da Unifor/Sesa
- 15h15 – 16 horas
“Busca ativa dos parceiros sexuais”
Palestrante: Dr. Silvio Carlos Rocha de Freitas – médico do HDGM de Messejana e da Secretaria de Saúde de Fortaleza
- 15h15 às 17 horas
Debate em plenária
Representantes: OMS, SMS (Saúde da Mulher e DST/Aids), Coren, CRM e Sesa.

Dia 07 de maio
- 8h às 10 horas
Elaboração das estratégias de enfrentamento para prevenção da TV da Sífilis. Identificação dos aspectos gerais para enfrentamento da Sífilis Congênita no Município. Atividades a serem desenvolvidas.
- 10h às 11h30
Apresentação, discussão das propostas e encaminhamento
- 11h30 às 12 horas
Avaliação e encerramento do seminário

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