15 de Dezembro de 2025 em Cultura IMPRIMIR

Vila das Artes realiza Mostra de Experimentos Cênicos com 4ª turma do programa Conexões Contemporâneas, de quarta a sexta-feira (17 a 19/12)

Estudantes da formação continuada da Escola Pública de Teatro apresentarão 14 esquetes na Casa do Barão de Camocim, a partir das 19h, com entrada gratuita


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A Escola Pública de Teatro da Vila das Artes, equipamento da Secretaria da Cultura de Fortaleza (Secultfor) gerido em parceria com o Instituto Cultural Iracema (ICI), promove a Mostra de Experimentos Cênicos, apresentação de produções teatrais realizadas por estudantes da quarta turma da Formação Continuada em Teatro: Conexões Contemporâneas.

As apresentações ocorrem de quarta a sexta-feira (17 a 19/12), a partir das 19h, na Casa do Barão de Camocim (Rua General Sampaio, 1632 - Centro). A entrada é gratuita e sujeita à lotação do espaço. Ao longo dos três dias de mostra, serão exibidas 14 peças com cerca de 15 minutos cada. Serão cinco apresentações nos dias 17 e 18 e quatro no dia 19.

Os 12 módulos da quarta edição do programa foram voltados ao estudo e à experimentação da atuação cênica. A mostra é o momento em que os artistas estudantes compartilham com o público seus processos, práticas e descobertas. Cada esquete tem roteiro criado pelos próprios estudantes da Vila.

Sobre o Conexões Contemporâneas

A Formação Continuada em Teatro: Conexões Contemporâneas é um espaço de aprendizado técnico fundamentado na experimentação, na criação e na pesquisa, aprofundando o pensamento sobre as artes do corpo e da cena na contemporaneidade. Ao longo das turmas já realizadas, mais de 460 artistas participaram como ouvintes dos módulos, cerca de 70 concluíram o percurso nas três primeiras edições e 22 estudantes finalizaram a 4ª turma.

A formação reúne professores de diferentes estados brasileiros e também de outros países da América do Sul, conta com certificação da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e oferece, em média, 400 horas-aula por turma.

Confira o cronograma da Mostra de Experimentos Cênicos

17/12 (quarta-feira)

Cavalo de Tróia
Texto e atuação: Nairton Santos
A trajetória de um ator rumo ao reconhecimento, ou rumo ao esquecimento. O ato de atuar, um presente para homenagear os deuses e se tornar um Deus. Porém nem todos, ou melhor, quase nenhum mortal consegue.

Distopia Tecnolaboral
Texto e direção: Gabriel Francisco
Elenco: Gabriel Francisco e Kardec Miramez
A cena propõe um diálogo existencial entre um construto digital de uma mente copiada e um técnico que se conecta ao ambiente desse mesmo construto para tentar se comunicar. Um microcosmo de um universo cyberpunk em que, para um deles, é só mais um dia de trabalho, e o outro enfrenta a indiferença da própria existência reduzida à ferramenta.

Guarda-Chuva Esquecido
Texto e atuação: Filipe Evans
Direção: Lucas Limeira
Em uma noite chuvosa, em um local onde haveria um encontro, um homem chega encharcado – não apenas de água, mas de memórias. À sua frente, ele encontra um guarda-chuva que foi esquecido em algum momento passado e, ao encontrá-lo, começa a refletir sobre si e sobre a vida. O Guarda-chuva silencioso torna-se espelho e testemunha de uma relação que ultrapassa o objeto. Entre desabafos, confissões e brincadeiras, o personagem revisita histórias de afeto, ausências, infância e relações. Diante dessa relação objeto-personagem, expõe sua dificuldade de lidar com a certeza, a ansiedade do acaso e a fragilidade dos vínculos humanos em tempos de pressa. O guarda-chuva é a metáfora de tudo aquilo que guardamos para depois e de tudo aquilo que, mesmo esquecido, insiste em permanecer. Entre chuva e sol, dúvidas e desejos, o monólogo revela a delicadeza de quem ainda sonha em ser girassol.

Desencaixadas
Elenco e texto: Maria Babini, Natasha Banat e Samires Costa
Três mulheres atravessam conversas que misturam humor, absurdo e dor. Entre estatísticas, confissões e medos, elas desmontam as violências cotidianas e os padrões impostos que marcam suas vidas, até que uma decide quebrar o ciclo.

7 Voltas
Dramaturgia e direção: Ermo Felipe
Elenco: Ermo Felipe, Edglê Lima, Lucas Limeira, Tulipa Magalhães, Izabela Wégila, Mateus Fazeno Rock, Mumutante
Sonoplastia/trilha: Mateus Fazeno Rock e Mumutante
Figurino e cenografia: Ermo Felipe
7 Voltas apresenta o que há de mais certo na vida: a volta. Na imagem de um gato chamado Orabolas, a peça caminha pelo tempo e por histórias que revelam prazeres e desprazeres que adornam a vida e a morte. Banindo as hierarquias existenciais, tudo aquilo que existe importa e volta. É um chamado de outras vidas.

18/12 (quinta-feira)

Rotas Nagô
Elenco: Edglê Lima e Conceição Soares
Fotografia: Txai Mendes
Figurino e adereços: Carla Emanuela
Direção musical e produção técnica: Vinícius Pinho
Produção: Mônica Batista
Direção Artística: Edglê Lima
Rotas Nagô é uma performance-rito que transforma praças e mercados em territórios de memória, resistência e ancestralidade. No gesto das tranças, o corpo se torna cartografia de fuga, altar e testemunho. Entre tambores, dança e palavras, Edglê Lima convida o público a refletir sobre suas próprias rotas de libertação, propondo atravessar as dores sem negá-las, mas transformá-las em caminhos de sobrevivência e potência cotidiana.

(Des)Tramando
Concepção e atuação: Beethoven Cavalcante
(Des)Tramando é um experimento cênico derivado da performance Tramando Memórias. Nele, o performer revela os indícios que o levaram às questões abordadas no trabalho e aos disparadores das ações, costurando novas memórias e expondo ficções em um movimento de descoser.

Entre as Linhas das Lembranças
Texto e atuação: Candelária Queiroz
A cena propõe uma viagem por meio da narrativa feita pela filha de uma exímia bordadeira, que veio do interior do Ceará “tentar a vida” em Fortaleza. Trouxe na mala: determinação e vontade de aperfeiçoar sua arte. Conseguiu, com muito esforço, amadurecer seu trabalho e se tornar uma das melhores no seu traçado. Ao longo dos anos, a bordadeira contou e recontou para sua filha as vivências boas e ruins que ela experienciou durante sua trajetória nas “casas de família”, ficando marcadas e bordadas na memória da filha.

Quarar Memórias
Texto e direção: Tulipa Magalhães
Elenco: Conceição Soares, Izabela Wégila e Tulipa Magalhães

Quarar Memórias é um processo cênico que transforma o ofício das lavadeiras em poesia. Em cena, três mulheres revivem gestos ancestrais de lavar, torcer e "quarar" roupas, convertendo o trabalho à beira do rio em uma narrativa corporal e musical. Do ritmo das escovas sobre o tecido às memórias que emergem da espuma, a cena expõe ao sol as narrativas dessas três mulheres negras. Por meio do corpo e da voz, elas revelam um legado em que o cansaço se transforma em canto e a memória, em ato de resistência.

Transversário: Uma Noite de Esfregação
Elenco: Laris Moraes e Clau Moreira
Direção: Clau Moreira
Uma farsa, uma festa. De um homem, de uma mulher ou talvez de uma coisa, um bicho, uma aranha, algo entre ele e ela, eu diria elu, mas oficialmente não pode. Você está sendo convidado para uma noite de celebração. Nesse encontro, uma revelação embraza os rumos do lugar. Transversário: uma noite de esfregação para perturbar a ordem e inventar o futuro.

19/12 (sexta-feira)

Vocativo EVOÉ!
Atuantes: Clau Moreira, Elton Barbosa, Izabela Wégila e Kardec Miramez
A cena parte do mito do nascimento do primeiro ator, Téspis, que ao descolar do coro anunciando ser Dionísio, conta todas as aventuras do Deus do vinho interpretando suas andanças pelo mundo das criaturas mortais. Dionísio é aquele que embaralha as fronteiras entre o real e o fantástico. Toda essa miscelânea de mitos gregos clássicos desemboca na mitologia pessoal da existência do ator, do nascimento, do desejo, do prazer, do reconhecimento e do chamado a esse ofício sacro-profano. Contar essa trajetória do ator é buscar os elementos que compõem sua estrutura. Pois, o ator não nasce pronto: ele se constrói, se desconstrói e renasce a cada gesto, palavra e ação. Por fim, entendemos que a arte de um ator é, antes de tudo, um exercício radical de humanidade.

A Última Mulher
Texto e atuação: Edla Maia
Sonoplastia e projeção: Daniel Uchoa
Em um futuro de calor, ferrugem e silêncio, onde o mar avançou e o sol nunca mais se pôs, a cidade de Fortaleza é um deserto fantasma. A última mulher caminha entre escombros, guardando a memória e a história de um passado vibrante que ela sabe que não retorna.

60 Segundos
Elenco e Dramaturgia: Sarah Jorge
60 segundos é um monólogo de corpo-tempo no qual uma mulher atravessa memórias, violências e resistências marcadas pelo tique incessante de despertadores que nunca deixam o esquecimento repousar. Entre a mulher que sofre e a mulher que brinca, nasce um território dual: o riso infantil e o terror doméstico coexistem e revelam a dramaturgia crua da sobrevivência. Cada despertar anuncia o retorno da dor, mas também a possibilidade de ruptura. Um corpo que apanha é o mesmo corpo que canta, que lembra, que luta para continuar vivo. 60 segundos é sobre o tempo que destrói, mas também que desperta, e sobre a respiração final que insiste em existir.

Pega Rapaz - Capítulo 82
Texto e direção: César Magno
Elenco: César Magno, Samuel Gomes, Gabriel Francisco, Samires Costa, Gomi, Mateus Araujo, Ermo Felipe, Elton Barbosa
Som: Kardec
A cena propõe imaginar como seria uma novela com protagonismo LGBTQIA+ nos anos 70 em um Brasil paralelo sem a censura da ditadura. Na cena, acompanhamos o reencontro entre Cássio DeMarco (Samuel Gomes), que acabou de sair de um sanatório, e Franco Amora (César Magno), seu grande amor, que todos pensavam ter morrido em um acidente de carro misterioso um ano antes.

Vila das Artes realiza Mostra de Experimentos Cênicos com 4ª turma do programa Conexões Contemporâneas, de quarta a sexta-feira (17 a 19/12)

Estudantes da formação continuada da Escola Pública de Teatro apresentarão 14 esquetes na Casa do Barão de Camocim, a partir das 19h, com entrada gratuita

A Escola Pública de Teatro da Vila das Artes, equipamento da Secretaria da Cultura de Fortaleza (Secultfor) gerido em parceria com o Instituto Cultural Iracema (ICI), promove a Mostra de Experimentos Cênicos, apresentação de produções teatrais realizadas por estudantes da quarta turma da Formação Continuada em Teatro: Conexões Contemporâneas.

As apresentações ocorrem de quarta a sexta-feira (17 a 19/12), a partir das 19h, na Casa do Barão de Camocim (Rua General Sampaio, 1632 - Centro). A entrada é gratuita e sujeita à lotação do espaço. Ao longo dos três dias de mostra, serão exibidas 14 peças com cerca de 15 minutos cada. Serão cinco apresentações nos dias 17 e 18 e quatro no dia 19.

Os 12 módulos da quarta edição do programa foram voltados ao estudo e à experimentação da atuação cênica. A mostra é o momento em que os artistas estudantes compartilham com o público seus processos, práticas e descobertas. Cada esquete tem roteiro criado pelos próprios estudantes da Vila.

Sobre o Conexões Contemporâneas

A Formação Continuada em Teatro: Conexões Contemporâneas é um espaço de aprendizado técnico fundamentado na experimentação, na criação e na pesquisa, aprofundando o pensamento sobre as artes do corpo e da cena na contemporaneidade. Ao longo das turmas já realizadas, mais de 460 artistas participaram como ouvintes dos módulos, cerca de 70 concluíram o percurso nas três primeiras edições e 22 estudantes finalizaram a 4ª turma.

A formação reúne professores de diferentes estados brasileiros e também de outros países da América do Sul, conta com certificação da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e oferece, em média, 400 horas-aula por turma.

Confira o cronograma da Mostra de Experimentos Cênicos

17/12 (quarta-feira)

Cavalo de Tróia
Texto e atuação: Nairton Santos
A trajetória de um ator rumo ao reconhecimento, ou rumo ao esquecimento. O ato de atuar, um presente para homenagear os deuses e se tornar um Deus. Porém nem todos, ou melhor, quase nenhum mortal consegue.

Distopia Tecnolaboral
Texto e direção: Gabriel Francisco
Elenco: Gabriel Francisco e Kardec Miramez
A cena propõe um diálogo existencial entre um construto digital de uma mente copiada e um técnico que se conecta ao ambiente desse mesmo construto para tentar se comunicar. Um microcosmo de um universo cyberpunk em que, para um deles, é só mais um dia de trabalho, e o outro enfrenta a indiferença da própria existência reduzida à ferramenta.

Guarda-Chuva Esquecido
Texto e atuação: Filipe Evans
Direção: Lucas Limeira
Em uma noite chuvosa, em um local onde haveria um encontro, um homem chega encharcado – não apenas de água, mas de memórias. À sua frente, ele encontra um guarda-chuva que foi esquecido em algum momento passado e, ao encontrá-lo, começa a refletir sobre si e sobre a vida. O Guarda-chuva silencioso torna-se espelho e testemunha de uma relação que ultrapassa o objeto. Entre desabafos, confissões e brincadeiras, o personagem revisita histórias de afeto, ausências, infância e relações. Diante dessa relação objeto-personagem, expõe sua dificuldade de lidar com a certeza, a ansiedade do acaso e a fragilidade dos vínculos humanos em tempos de pressa. O guarda-chuva é a metáfora de tudo aquilo que guardamos para depois e de tudo aquilo que, mesmo esquecido, insiste em permanecer. Entre chuva e sol, dúvidas e desejos, o monólogo revela a delicadeza de quem ainda sonha em ser girassol.

Desencaixadas
Elenco e texto: Maria Babini, Natasha Banat e Samires Costa
Três mulheres atravessam conversas que misturam humor, absurdo e dor. Entre estatísticas, confissões e medos, elas desmontam as violências cotidianas e os padrões impostos que marcam suas vidas, até que uma decide quebrar o ciclo.

7 Voltas
Dramaturgia e direção: Ermo Felipe
Elenco: Ermo Felipe, Edglê Lima, Lucas Limeira, Tulipa Magalhães, Izabela Wégila, Mateus Fazeno Rock, Mumutante
Sonoplastia/trilha: Mateus Fazeno Rock e Mumutante
Figurino e cenografia: Ermo Felipe
7 Voltas apresenta o que há de mais certo na vida: a volta. Na imagem de um gato chamado Orabolas, a peça caminha pelo tempo e por histórias que revelam prazeres e desprazeres que adornam a vida e a morte. Banindo as hierarquias existenciais, tudo aquilo que existe importa e volta. É um chamado de outras vidas.

18/12 (quinta-feira)

Rotas Nagô
Elenco: Edglê Lima e Conceição Soares
Fotografia: Txai Mendes
Figurino e adereços: Carla Emanuela
Direção musical e produção técnica: Vinícius Pinho
Produção: Mônica Batista
Direção Artística: Edglê Lima
Rotas Nagô é uma performance-rito que transforma praças e mercados em territórios de memória, resistência e ancestralidade. No gesto das tranças, o corpo se torna cartografia de fuga, altar e testemunho. Entre tambores, dança e palavras, Edglê Lima convida o público a refletir sobre suas próprias rotas de libertação, propondo atravessar as dores sem negá-las, mas transformá-las em caminhos de sobrevivência e potência cotidiana.

(Des)Tramando
Concepção e atuação: Beethoven Cavalcante
(Des)Tramando é um experimento cênico derivado da performance Tramando Memórias. Nele, o performer revela os indícios que o levaram às questões abordadas no trabalho e aos disparadores das ações, costurando novas memórias e expondo ficções em um movimento de descoser.

Entre as Linhas das Lembranças
Texto e atuação: Candelária Queiroz
A cena propõe uma viagem por meio da narrativa feita pela filha de uma exímia bordadeira, que veio do interior do Ceará “tentar a vida” em Fortaleza. Trouxe na mala: determinação e vontade de aperfeiçoar sua arte. Conseguiu, com muito esforço, amadurecer seu trabalho e se tornar uma das melhores no seu traçado. Ao longo dos anos, a bordadeira contou e recontou para sua filha as vivências boas e ruins que ela experienciou durante sua trajetória nas “casas de família”, ficando marcadas e bordadas na memória da filha.

Quarar Memórias
Texto e direção: Tulipa Magalhães
Elenco: Conceição Soares, Izabela Wégila e Tulipa Magalhães

Quarar Memórias é um processo cênico que transforma o ofício das lavadeiras em poesia. Em cena, três mulheres revivem gestos ancestrais de lavar, torcer e "quarar" roupas, convertendo o trabalho à beira do rio em uma narrativa corporal e musical. Do ritmo das escovas sobre o tecido às memórias que emergem da espuma, a cena expõe ao sol as narrativas dessas três mulheres negras. Por meio do corpo e da voz, elas revelam um legado em que o cansaço se transforma em canto e a memória, em ato de resistência.

Transversário: Uma Noite de Esfregação
Elenco: Laris Moraes e Clau Moreira
Direção: Clau Moreira
Uma farsa, uma festa. De um homem, de uma mulher ou talvez de uma coisa, um bicho, uma aranha, algo entre ele e ela, eu diria elu, mas oficialmente não pode. Você está sendo convidado para uma noite de celebração. Nesse encontro, uma revelação embraza os rumos do lugar. Transversário: uma noite de esfregação para perturbar a ordem e inventar o futuro.

19/12 (sexta-feira)

Vocativo EVOÉ!
Atuantes: Clau Moreira, Elton Barbosa, Izabela Wégila e Kardec Miramez
A cena parte do mito do nascimento do primeiro ator, Téspis, que ao descolar do coro anunciando ser Dionísio, conta todas as aventuras do Deus do vinho interpretando suas andanças pelo mundo das criaturas mortais. Dionísio é aquele que embaralha as fronteiras entre o real e o fantástico. Toda essa miscelânea de mitos gregos clássicos desemboca na mitologia pessoal da existência do ator, do nascimento, do desejo, do prazer, do reconhecimento e do chamado a esse ofício sacro-profano. Contar essa trajetória do ator é buscar os elementos que compõem sua estrutura. Pois, o ator não nasce pronto: ele se constrói, se desconstrói e renasce a cada gesto, palavra e ação. Por fim, entendemos que a arte de um ator é, antes de tudo, um exercício radical de humanidade.

A Última Mulher
Texto e atuação: Edla Maia
Sonoplastia e projeção: Daniel Uchoa
Em um futuro de calor, ferrugem e silêncio, onde o mar avançou e o sol nunca mais se pôs, a cidade de Fortaleza é um deserto fantasma. A última mulher caminha entre escombros, guardando a memória e a história de um passado vibrante que ela sabe que não retorna.

60 Segundos
Elenco e Dramaturgia: Sarah Jorge
60 segundos é um monólogo de corpo-tempo no qual uma mulher atravessa memórias, violências e resistências marcadas pelo tique incessante de despertadores que nunca deixam o esquecimento repousar. Entre a mulher que sofre e a mulher que brinca, nasce um território dual: o riso infantil e o terror doméstico coexistem e revelam a dramaturgia crua da sobrevivência. Cada despertar anuncia o retorno da dor, mas também a possibilidade de ruptura. Um corpo que apanha é o mesmo corpo que canta, que lembra, que luta para continuar vivo. 60 segundos é sobre o tempo que destrói, mas também que desperta, e sobre a respiração final que insiste em existir.

Pega Rapaz - Capítulo 82
Texto e direção: César Magno
Elenco: César Magno, Samuel Gomes, Gabriel Francisco, Samires Costa, Gomi, Mateus Araujo, Ermo Felipe, Elton Barbosa
Som: Kardec
A cena propõe imaginar como seria uma novela com protagonismo LGBTQIA+ nos anos 70 em um Brasil paralelo sem a censura da ditadura. Na cena, acompanhamos o reencontro entre Cássio DeMarco (Samuel Gomes), que acabou de sair de um sanatório, e Franco Amora (César Magno), seu grande amor, que todos pensavam ter morrido em um acidente de carro misterioso um ano antes.