O Insituto Doutor José Frota (IJF) promoveu, nesta quarta-feira (27/09), a sexta edição do Encontro das Famílias Doadoras. A ação faz parte da programação do Setembro Verde, que incentiva a doação, e celebra o Dia Nacional da Doação de Órgãos. Parentes que autorizaram o transplante de órgãos de seus pais, mães, filhos e filhas, dando esperança de vida a pacientes que aguardavam na fila, e pessoas transplantadas compartilharam a experiência durante o evento.
A programação contou com um ato ecumênico, intervenções artísticas e a participação de vários atores envolvidos no processo.
Há um ano, a dona de casa Edileuda Nunes perdeu seu filho Murilo, de 25 anos, após ele se envolver em um acidente de moto. O rapaz foi levado para o IJF, onde foi diagnosticado com morte cerebral. “Quando o hospital me ligou para falar que ele tinha morrido, eu não pensei duas vezes e aceitei doar seus órgãos. Eu perdi meu filho, mas Murilo salvou a vida de outras seis pessoas com seu coração, rins, fígado e córneas. Minha sensação é que meu filho continua vivo na vida de outras pessoas”, disse.
Apesar de ser desaconselhado o contato com família de doador, Edileuda conheceu Diógenes Lima, que recebeu o coração de seu filho. “Eu estava na fila de espera há quase um ano quando eu recebi a notícia que receberia meu coração. Hoje, eu posso dizer que tenho duas mães: a de vida e a que me deu outra chance de viver”, afirmou.
Referência nacional em doação
A Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do IJF é referência em todo o País pelo sucesso do processo de busca ativa por potenciais doadores e de acolhimento das famílias, que são comunicadas sobre a possibilidade do transplante de órgãos de seus parentes.
De acordo com a superintendente do IJF, Riane Azevedo, graças ao atendimento humanizado e a colaboração de vários profissionais, o hospital tem conseguido atingir um índice de aceitação de 75% nas entrevistas realizadas, sendo a média nacional de 54%. “A qualidade do serviço, que tem grande impacto na redução expressiva das filas por transplante do Ceará, é modelo para profissionais de todo o Brasil, que vem a Fortaleza para aprender o método aplicado pela equipe do IJF”, explicou Riane.
