09 de January de 2024 em Saúde

Janeiro Branco: diálogo sobre saúde mental deve acontecer o ano todo

Campanha conscientiza a sociedade sobre saúde mental, em especial quanto a prevenção à dependência química e ao suicídio


interior de um CAPS
A Rede de Atenção Psicossocial (Raps) de Fortaleza é composta por 24 equipamentos, sendo 16 CAPS, cinco unidades de acolhimento para dependentes químicos e três residências terapêuticas

A saúde mental é o foco da campanha Janeiro Branco, que tem o objetivo de conscientizar a população sobre a prevenção ao suicídio e à dependência química. Neste sentido, a Prefeitura de Fortaleza reconhece a importância do acolhimento e do diálogo entre profissionais da área e pacientes e seus familiares para prevenir e tratar o adoecimento mental. De acordo com o gestor do Centro de Atenção Psicossocial - Álcool e Drogas (CAPS AD) Centro, Arildo Lima, o abuso de substâncias psicoativas, um dos temas abordados pelo Janeiro Branco, é algo que pode levar a doenças mentais, em especial à dependência química.

‘’A dependência não é sinônimo de mau caratismo, é uma doença psiquiátrica à qual devemos sempre estar atentos, por causa de seus efeitos destrutivos à saúde e até mesmo na vida familiar do paciente. O álcool, especialmente, recebe um apelo muito grande nos meios de comunicação e é uma substância muito presente em nossas vidas, mas seus efeitos nocivos ainda são pouco batalhados’’, explicou Arildo.

Além do álcool, o consumo de outras drogas pode ter efeitos irreversíveis e desencadear transtornos como a esquizofrenia. Nesse contexto, o acolhimento e a atenção às pessoas ao redor é essencial. Arildo Lima descreve a saúde mental como um estado caracterizado pela normalidade e bem-estar físico, e chama a atenção para possíveis mudanças nesse estado. ‘’Pessoas com transtornos na saúde mental dão sinais. Podem ser sinais pequenos, como atrasos no trabalho, mas podem ter sinais maiores, como quando alguém precisa sair do trabalho com urgência. Por isso, é importante observar se seu colega apresenta uma fora do normal, se está mais ansioso’’, explicou o médico.

Saúde mental e prevenção ao suicídio

Para a gestora do CAPS Geral IV, Milena Furtado, a conscientização sobre saúde mental deve ocorrer durante todo o ano e é a melhor estratégia de prevenção contra transtornos nesse aspecto. ‘’Saúde mental envolve bem-estar no sentido clínico, mas também tem a ver com se sentir inserido na sociedade. Por isso, também incluímos atividades de cultura e lazer para nossos pacientes’’, contou.

A prevenção ao suicídio é um dos objetivos da campanha do Janeiro Branco. A prática de comportamentos autolesivos está muito associada a sofrimentos e transtornos mentais, como a depressão. Essa doença é, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde das Américas, a principal causa de incapacidade em todo o mundo.

Nesse contexto, Milena Furtado explica que o tratamento para a depressão e outras doenças mentais nos CAPs compreende atividades que vão além do tratamento com medicamentos e envolve uma equipe multidisciplinar. ‘’Para termos uma visão integral do paciente, contamos com olhares de profissionais de diversas áreas, como medicina, enfermagem, psicologia, farmacêuticos e assistentes sociais. Esse trabalho envolve uma escuta qualificada, a formação de grupos terapêuticos e, quando possível, o suporte familiar ao paciente’’, relatou a gestora.

Rede de Atenção Psicossocial de Fortaleza

A Rede de Atenção Psicossocial (Raps) de Fortaleza é composta por 24 equipamentos, sendo 16 Centros de Atenção Psicossocial (seis gerais, três infantis e sete álcool e outras drogas), cinco unidades de acolhimento para dependentes químicos e três residências terapêuticas.

O serviço dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) é porta aberta, no qual o usuário pode procurar diretamente, ou ser encaminhado por um dos 118 postos de saúde da Capital. Nos CAPS é feita uma avaliação inicial por uma equipe multiprofissional e, de acordo com a necessidade do usuário, é feito o encaminhamento aos serviços de cada unidade. Também na Rede Municipal, são ofertados 37 medicamentos voltados para a saúde mental, para os quais a receita médica é indispensável. Pelo aplicativo Mais Saúde Fortaleza, é possível ver o estoque disponível de cada remédio.

A média de atendimentos mensais é de 16,5 mil nos seis CAPS Gerais, 8,5 mil nos sete CAPS Ad e 6,5 mil nos dois CAPS Infantis. Para ampliar os atendimentos à população, a Prefeitura de Fortaleza convocou 121 novos profissionais para atuação na rede Raps. A seleção dos servidores aconteceu por meio de concurso público e contemplou as áreas de enfermagem, psicologia, terapia ocupacional e assistência social.

A atenção à saúde mental também foi fortalecida pela inauguração do terceiro Caps infantil de Fortaleza no bairro Granja Portugal, em agosto de 2023. Já em 2024, com o objetivo de proporcionar um ambiente de acolhimento e desenvolvimento aos usuários, a prefeitura reinaugurou CAPS Geral da Regional de Saúde IV, no bairro Jardim América, que teve melhorias em sua estrutura física.

Campanha sancionada nacionalmente

A campanha do Janeiro Branco foi sancionada em abril de 2023 pelo Governo Federal visando chamar a atenção da sociedade para questões de saúde mental, para a prevenção de transtornos severos e prolongados.

A escolha do mês de janeiro para fazer alusão a esse tema não é por acaso. De acordo com o Governo Federal, o início do ano é costumeiramente um período em que as pessoas se encontram mais reflexivas sobre suas próprias existências, possibilitando uma maior atenção da população a questões emocionais.

Janeiro Branco: diálogo sobre saúde mental deve acontecer o ano todo

Campanha conscientiza a sociedade sobre saúde mental, em especial quanto a prevenção à dependência química e ao suicídio

interior de um CAPS
A Rede de Atenção Psicossocial (Raps) de Fortaleza é composta por 24 equipamentos, sendo 16 CAPS, cinco unidades de acolhimento para dependentes químicos e três residências terapêuticas

A saúde mental é o foco da campanha Janeiro Branco, que tem o objetivo de conscientizar a população sobre a prevenção ao suicídio e à dependência química. Neste sentido, a Prefeitura de Fortaleza reconhece a importância do acolhimento e do diálogo entre profissionais da área e pacientes e seus familiares para prevenir e tratar o adoecimento mental. De acordo com o gestor do Centro de Atenção Psicossocial - Álcool e Drogas (CAPS AD) Centro, Arildo Lima, o abuso de substâncias psicoativas, um dos temas abordados pelo Janeiro Branco, é algo que pode levar a doenças mentais, em especial à dependência química.

‘’A dependência não é sinônimo de mau caratismo, é uma doença psiquiátrica à qual devemos sempre estar atentos, por causa de seus efeitos destrutivos à saúde e até mesmo na vida familiar do paciente. O álcool, especialmente, recebe um apelo muito grande nos meios de comunicação e é uma substância muito presente em nossas vidas, mas seus efeitos nocivos ainda são pouco batalhados’’, explicou Arildo.

Além do álcool, o consumo de outras drogas pode ter efeitos irreversíveis e desencadear transtornos como a esquizofrenia. Nesse contexto, o acolhimento e a atenção às pessoas ao redor é essencial. Arildo Lima descreve a saúde mental como um estado caracterizado pela normalidade e bem-estar físico, e chama a atenção para possíveis mudanças nesse estado. ‘’Pessoas com transtornos na saúde mental dão sinais. Podem ser sinais pequenos, como atrasos no trabalho, mas podem ter sinais maiores, como quando alguém precisa sair do trabalho com urgência. Por isso, é importante observar se seu colega apresenta uma fora do normal, se está mais ansioso’’, explicou o médico.

Saúde mental e prevenção ao suicídio

Para a gestora do CAPS Geral IV, Milena Furtado, a conscientização sobre saúde mental deve ocorrer durante todo o ano e é a melhor estratégia de prevenção contra transtornos nesse aspecto. ‘’Saúde mental envolve bem-estar no sentido clínico, mas também tem a ver com se sentir inserido na sociedade. Por isso, também incluímos atividades de cultura e lazer para nossos pacientes’’, contou.

A prevenção ao suicídio é um dos objetivos da campanha do Janeiro Branco. A prática de comportamentos autolesivos está muito associada a sofrimentos e transtornos mentais, como a depressão. Essa doença é, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde das Américas, a principal causa de incapacidade em todo o mundo.

Nesse contexto, Milena Furtado explica que o tratamento para a depressão e outras doenças mentais nos CAPs compreende atividades que vão além do tratamento com medicamentos e envolve uma equipe multidisciplinar. ‘’Para termos uma visão integral do paciente, contamos com olhares de profissionais de diversas áreas, como medicina, enfermagem, psicologia, farmacêuticos e assistentes sociais. Esse trabalho envolve uma escuta qualificada, a formação de grupos terapêuticos e, quando possível, o suporte familiar ao paciente’’, relatou a gestora.

Rede de Atenção Psicossocial de Fortaleza

A Rede de Atenção Psicossocial (Raps) de Fortaleza é composta por 24 equipamentos, sendo 16 Centros de Atenção Psicossocial (seis gerais, três infantis e sete álcool e outras drogas), cinco unidades de acolhimento para dependentes químicos e três residências terapêuticas.

O serviço dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) é porta aberta, no qual o usuário pode procurar diretamente, ou ser encaminhado por um dos 118 postos de saúde da Capital. Nos CAPS é feita uma avaliação inicial por uma equipe multiprofissional e, de acordo com a necessidade do usuário, é feito o encaminhamento aos serviços de cada unidade. Também na Rede Municipal, são ofertados 37 medicamentos voltados para a saúde mental, para os quais a receita médica é indispensável. Pelo aplicativo Mais Saúde Fortaleza, é possível ver o estoque disponível de cada remédio.

A média de atendimentos mensais é de 16,5 mil nos seis CAPS Gerais, 8,5 mil nos sete CAPS Ad e 6,5 mil nos dois CAPS Infantis. Para ampliar os atendimentos à população, a Prefeitura de Fortaleza convocou 121 novos profissionais para atuação na rede Raps. A seleção dos servidores aconteceu por meio de concurso público e contemplou as áreas de enfermagem, psicologia, terapia ocupacional e assistência social.

A atenção à saúde mental também foi fortalecida pela inauguração do terceiro Caps infantil de Fortaleza no bairro Granja Portugal, em agosto de 2023. Já em 2024, com o objetivo de proporcionar um ambiente de acolhimento e desenvolvimento aos usuários, a prefeitura reinaugurou CAPS Geral da Regional de Saúde IV, no bairro Jardim América, que teve melhorias em sua estrutura física.

Campanha sancionada nacionalmente

A campanha do Janeiro Branco foi sancionada em abril de 2023 pelo Governo Federal visando chamar a atenção da sociedade para questões de saúde mental, para a prevenção de transtornos severos e prolongados.

A escolha do mês de janeiro para fazer alusão a esse tema não é por acaso. De acordo com o Governo Federal, o início do ano é costumeiramente um período em que as pessoas se encontram mais reflexivas sobre suas próprias existências, possibilitando uma maior atenção da população a questões emocionais.