24 de June de 2019 em Mobilidade

Pré Mobilize reúne especialistas e comunidade local para debater o acesso às ruas

Cúpula internacional se reúne até quarta-feira (26/06) para debater a mobilidade em Fortaleza


uma pessoa fala num palco para uma plateia
O secretário executivo de Conservação e Serviços Públicos de Fortaleza (SCSP), Luiz Alberto Sabóia, representou a Prefeitura de Fortaleza no pré-evento do Mobilize

Fortaleza é a sede, entre os dias 24 e 26 de junho, do evento internacional “Mobilize Summit”. Especialistas em mobilidade sustentável do mundo inteiro se reúnem na Capital cearense para conhecer os projetos inovadores no setor, desenvolvidos desde 2013 pela gestão do prefeito Roberto Cláudio. O evento é organizado pelo Instituto de Políticas de Transporte & Desenvolvimento (ITDP, da sigla em inglês para Institute for Transportation and Development Policy) e conta com a parceria da Fundação Volvo para Educação e Pesquisa.

Neste domingo (23/06), em um pré-evento, realizado no Teatro Celina Queiroz, na Universidade de Fortaleza (Unifor), autoridades mundiais apresentaram painéis e promoveram um debate com a comunidade local sobre o tema do encontro “Reconquistando Ruas para Acesso e Mobilidade”. A realização do evento na capital cearense é parte do prêmio “Sustainable Transport Award” (STA, na sigla em inglês) conferido à cidade de Fortaleza por projetos inovadores para promoção da sustentabilidade no deslocamento urbano, por melhorar a mobilidade em geral da população, redução de gases do efeito estufa e melhoria da segurança e infraestrutura para ciclistas e pedestres.

"Este reconhecimento mostra que a cidade está no caminho certo, apesar dos desafios para consolidar o projeto. O prefeito Roberto Cláudio iniciou isso muito fortemente e acredito que já está consolidado. Agora é avançar para que se torne uma política pública dos próximos gestores da cidade", comentou o secretário executivo de Conservação e Serviços Públicos de Fortaleza (SCSP), Luiz Alberto Sabóia.

Entre os especialistas, está a ex-prefeita de Santiago (Chile) Carolina Toha. Enquanto gestora da cidade, entre 2012 e 2016, Toha criou um Plano Integrado de Mobilidade para qualificar espaços urbanos, infraestrutura cicloviária e mais espaço para o transporte coletivo. Carolina Toha avalia que sempre terá resistência, mas é preciso fazer mudanças que unam as pessoas. "O carro é sinônimo de status e poder, quem não tem acaba segregado. Mas a mudança traz qualidade de vida, saúde, melhoria climática e justiça social já que todos tem capacidade de viver juntos", afirma a especialista.

Desde 2013, a Prefeitura de Fortaleza, em parceria com a Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária, vem investindo no transporte público da capital. O modal registra uma média de 1,1 milhão de passageiros por dia. As faixas exclusivas para os coletivos saltaram de 3,3km em 2013 para 107,4km neste ano, um crescimento de 32 vezes em relação à extensão original. A implantação do Bilhete Único favoreceu a inclusão social com a criação de uma tarifa única integrada e melhorias como reformas nos terminais de ônibus, disponibilização de WiFi em 100% da frota e ar-condicionado em 35% dos veículos, além do aplicativo “Meu Ônibus” com funções de previsão de chegada e denúncia de assédio sexual que tem buscado estimular o uso do sistema. Já no quesito cicloviário a rede saiu de 68km em 2013 para 260km até maio deste ano, uma expansão de 276% em menos de seis anos.

"Você não tem como falar de mobilidade sem falar de segurança viária e ficamos muito felizes com esse reconhecimento.Fortaleza ganhou esse prêmio por ter mudado o paradigama por meio de intervenções de curto prazo, alto impacto e baixo custo", avaliou Dante Rosado, coordenador executivo da Iniciativa Bloomberg.

Uma pesquisa realizada pelo ITDP calculou que 40% da população de Fortaleza mora, no máximo, a uma distância de 300 metros da rede cicloviária. A cidade também conta com quatro sistemas de bicicletas compartilhadas: Bicicletar, Bicicleta Integrada, Mini Bicicletar e Bicicletar Corporativo, para a população em geral, para integração com o transporte público, para crianças e para os funcionários municipais, respectivamente. O primeiro sistema implantado, o Bicicletar, já registrou mais de 2,5 milhões de viagens. Já as três rotas da Ciclofaixa de Lazer, aos domingos, também buscam aproximar usuários da alternativa de deslocamento.

Mais

Quanto aos investimentos para as pessoas que andam a pé, destacam-se as áreas de trânsito calmo (Rodolfo Teófilo e Vila União) e programas como o “Cidade da Gente” que reconquistaram mais de 6 mil m² de áreas degradadas para oconvívio urbano. Ações em interseções viárias, como o programa Esquina Segura, com melhoria de visibilidade em 224 cruzamentos, que já resultaram em 61% de redução de acidentes, também são destaque, além da incorporação de novos elementos para o conforto de quem anda a pé, como travessias elevadas, ilhas de refúgio, semáforos para pedestres, prolongamento de calçadas e travessias em "x".

A organização também menciona o tratamento viário com readequação de velocidade em vias com alto índice de atropelamentos, como na Av. Presidente Castelo Branco (Leste-Oeste) e Osório de Paiva. Como resultado desse esforço combinado também com ações de análise de dados, fiscalização e campanhas educativas de comunicação, a cidade vem conseguindo atingir novos recordes, ano após ano, na redução de mortes no trânsito.

Ao longo de 2018, foram registrados 226 óbitos decorrentes de acidentes de trânsito em Fortaleza, um número 40% menor do que as 377 mortes em 2014. A taxa de mortalidade por 100 mil habitantes, usada para comparar os índices entre cidades e países de todo o mundo, caiu de 14,7 para 8,5 no mesmo período. Para se ter ideia, segundo a OMS, a taxa de mortes por 100 mil habitantes do Brasil em 2016 foi de 19,7. No mesmo período, a Suécia e a Dinamarca, consideradas referências mundiais, registraram respectivamente índices de 2,8 e 4,0 mortes por 100 mil habitantes.

Pré Mobilize reúne especialistas e comunidade local para debater o acesso às ruas

Cúpula internacional se reúne até quarta-feira (26/06) para debater a mobilidade em Fortaleza

uma pessoa fala num palco para uma plateia
O secretário executivo de Conservação e Serviços Públicos de Fortaleza (SCSP), Luiz Alberto Sabóia, representou a Prefeitura de Fortaleza no pré-evento do Mobilize

Fortaleza é a sede, entre os dias 24 e 26 de junho, do evento internacional “Mobilize Summit”. Especialistas em mobilidade sustentável do mundo inteiro se reúnem na Capital cearense para conhecer os projetos inovadores no setor, desenvolvidos desde 2013 pela gestão do prefeito Roberto Cláudio. O evento é organizado pelo Instituto de Políticas de Transporte & Desenvolvimento (ITDP, da sigla em inglês para Institute for Transportation and Development Policy) e conta com a parceria da Fundação Volvo para Educação e Pesquisa.

Neste domingo (23/06), em um pré-evento, realizado no Teatro Celina Queiroz, na Universidade de Fortaleza (Unifor), autoridades mundiais apresentaram painéis e promoveram um debate com a comunidade local sobre o tema do encontro “Reconquistando Ruas para Acesso e Mobilidade”. A realização do evento na capital cearense é parte do prêmio “Sustainable Transport Award” (STA, na sigla em inglês) conferido à cidade de Fortaleza por projetos inovadores para promoção da sustentabilidade no deslocamento urbano, por melhorar a mobilidade em geral da população, redução de gases do efeito estufa e melhoria da segurança e infraestrutura para ciclistas e pedestres.

"Este reconhecimento mostra que a cidade está no caminho certo, apesar dos desafios para consolidar o projeto. O prefeito Roberto Cláudio iniciou isso muito fortemente e acredito que já está consolidado. Agora é avançar para que se torne uma política pública dos próximos gestores da cidade", comentou o secretário executivo de Conservação e Serviços Públicos de Fortaleza (SCSP), Luiz Alberto Sabóia.

Entre os especialistas, está a ex-prefeita de Santiago (Chile) Carolina Toha. Enquanto gestora da cidade, entre 2012 e 2016, Toha criou um Plano Integrado de Mobilidade para qualificar espaços urbanos, infraestrutura cicloviária e mais espaço para o transporte coletivo. Carolina Toha avalia que sempre terá resistência, mas é preciso fazer mudanças que unam as pessoas. "O carro é sinônimo de status e poder, quem não tem acaba segregado. Mas a mudança traz qualidade de vida, saúde, melhoria climática e justiça social já que todos tem capacidade de viver juntos", afirma a especialista.

Desde 2013, a Prefeitura de Fortaleza, em parceria com a Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária, vem investindo no transporte público da capital. O modal registra uma média de 1,1 milhão de passageiros por dia. As faixas exclusivas para os coletivos saltaram de 3,3km em 2013 para 107,4km neste ano, um crescimento de 32 vezes em relação à extensão original. A implantação do Bilhete Único favoreceu a inclusão social com a criação de uma tarifa única integrada e melhorias como reformas nos terminais de ônibus, disponibilização de WiFi em 100% da frota e ar-condicionado em 35% dos veículos, além do aplicativo “Meu Ônibus” com funções de previsão de chegada e denúncia de assédio sexual que tem buscado estimular o uso do sistema. Já no quesito cicloviário a rede saiu de 68km em 2013 para 260km até maio deste ano, uma expansão de 276% em menos de seis anos.

"Você não tem como falar de mobilidade sem falar de segurança viária e ficamos muito felizes com esse reconhecimento.Fortaleza ganhou esse prêmio por ter mudado o paradigama por meio de intervenções de curto prazo, alto impacto e baixo custo", avaliou Dante Rosado, coordenador executivo da Iniciativa Bloomberg.

Uma pesquisa realizada pelo ITDP calculou que 40% da população de Fortaleza mora, no máximo, a uma distância de 300 metros da rede cicloviária. A cidade também conta com quatro sistemas de bicicletas compartilhadas: Bicicletar, Bicicleta Integrada, Mini Bicicletar e Bicicletar Corporativo, para a população em geral, para integração com o transporte público, para crianças e para os funcionários municipais, respectivamente. O primeiro sistema implantado, o Bicicletar, já registrou mais de 2,5 milhões de viagens. Já as três rotas da Ciclofaixa de Lazer, aos domingos, também buscam aproximar usuários da alternativa de deslocamento.

Mais

Quanto aos investimentos para as pessoas que andam a pé, destacam-se as áreas de trânsito calmo (Rodolfo Teófilo e Vila União) e programas como o “Cidade da Gente” que reconquistaram mais de 6 mil m² de áreas degradadas para oconvívio urbano. Ações em interseções viárias, como o programa Esquina Segura, com melhoria de visibilidade em 224 cruzamentos, que já resultaram em 61% de redução de acidentes, também são destaque, além da incorporação de novos elementos para o conforto de quem anda a pé, como travessias elevadas, ilhas de refúgio, semáforos para pedestres, prolongamento de calçadas e travessias em "x".

A organização também menciona o tratamento viário com readequação de velocidade em vias com alto índice de atropelamentos, como na Av. Presidente Castelo Branco (Leste-Oeste) e Osório de Paiva. Como resultado desse esforço combinado também com ações de análise de dados, fiscalização e campanhas educativas de comunicação, a cidade vem conseguindo atingir novos recordes, ano após ano, na redução de mortes no trânsito.

Ao longo de 2018, foram registrados 226 óbitos decorrentes de acidentes de trânsito em Fortaleza, um número 40% menor do que as 377 mortes em 2014. A taxa de mortalidade por 100 mil habitantes, usada para comparar os índices entre cidades e países de todo o mundo, caiu de 14,7 para 8,5 no mesmo período. Para se ter ideia, segundo a OMS, a taxa de mortes por 100 mil habitantes do Brasil em 2016 foi de 19,7. No mesmo período, a Suécia e a Dinamarca, consideradas referências mundiais, registraram respectivamente índices de 2,8 e 4,0 mortes por 100 mil habitantes.