A comunidade cresceu às margens do Rio Cocó na década de 1990 e, desde 2011, sofre com as fortes chuvas que caem em Fortaleza nos primeiros meses do ano. Na simulação, feita exatamente de acordo com uma situação real, a Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops) enviou um chamado de ocorrência para a Defesa Civil de Fortaleza por causa de uma forte chuva na madrugada. Após o registro, equipes de atendimento emergencial e de apoio às vítimas saíram para o socorro.
Na comunidade, a Polícia Militar isolou a área e os agentes da Defesa Civil analisaram a estrutura das casas e levaram os moradores para um abrigo. Durante o exercício, foi solicitado o corte de energia e de água para evitar riscos paralelos. “A Defesa Civil sempre está aqui com a gente, eles entregam panfletos com as informações e é bom porque a gente sabe a quem recorrer quando a água sobe, né?”, disse a massoterapeuta Aila Nascimento. Na simulação de desabamento, a vítima foi devidamente socorrida pelo Corpo de Bombeiros, imobilizada e levada na ambulância.
O treinamento continuou no abrigo, onde os desabrigados e desalojados foram atendidos por equipes técnicas para preencher um cadastro com os detalhes das famílias. Na comunidade Waldemar de Alcântara, o abrigo utilizado foi uma igreja localizada na mesma área. Lá, as pessoas supostamente atingidas pela inundação e desabamento receberam um kit com colchonete, mantas e redes. O equipamento entregue na simulação é o mesmo utilizado em casos reais e, portanto, foi devolvido após o exercício.
O trabalho dos profissionais envolvidos na simulação só foi encerrado após os agentes analisarem a estrutura dos imóveis atingidos pela inundação e desabamento para o retorno dos moradores. “Na hora do desastre quem sobrevive é o mais preparado e não o mais forte. Por isso é importante a participação da comunidade em tempo real para que os moradores conheçam o passo a passo das operações reais”, afirmou o coordenador da Defesa Civil, Cristiano Férrer.
A comunidade Waldemar de Alcântara está incluída no projeto de revitalização do Cocó. Cerca de 250 famílias do Barroso I e II já foram removidas e hoje moram no Condomínio José Euclides Ferreira Gomes, no Bairro Jangurussu. A urbanização da área continua e a segunda etapa da remoção dos moradores ocorre ainda este ano para os Condomínios Cidade Jardim e Alameda das Palmeiras.
Semana Municipal de Redução de Desastres
A iniciativa segue uma orientação do Ministério da Integração Nacional, por meio da Secretaria Nacional de Defesa Civil, e tem o objetivo de alertar a população fortalezense para a importância da percepção de riscos e de uma mudança cultural em relação à conduta preventiva, principalmente das comunidades que vivem em áreas de risco.
As atividades tiveram início dia 2 de outubro e seguem até o próximo dia 8. Entre elas simulado, visitas técnicas a áreas de riscos, ações sociais em comunidades atendidas pela instituição, formações sobre o tema para agentes de Defesa Civil e para imprensa, além de um passeio ciclístico.
A Semana Nacional de Redução de Desastres ocorre desde 2005, nas segundas semanas de outubro.
