A Prefeitura de Fortaleza realizou, nesta sexta-feira (31/10), a doação de mais de 300 próteses mamárias externas e sutiãs para mulheres mastectomizadas. A ação foi promovida pela Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico (SDE), no Hospital e Maternidade Zilda Arns (Hospital da Mulher), como parte do programa Reconstruindo Autoestima.
Na ocasião, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) também encerrou oficialmente a campanha Outubro Rosa, apresentando um balanço das ações realizadas e dos exames de mamografia promovidos durante o mês.
Durante a cerimônia de doação, o prefeito Evandro Leitão destacou que a ação fortalece a autoestima de mulheres que enfrentaram o câncer e anunciou que, após diálogo com a Secretaria Municipal das Mulheres (Semulher), enviará para a Câmara Municipal uma proposta que tornará a iniciativa permanente.
“É uma ação importante, que contribui para o fortalecimento da autoestima dessas mulheres e simboliza cuidado e acolhimento. Já dialogamos com a Secretaria da Mulher e com a Secretaria do Desenvolvimento Econômico para que iniciativas como essa se tornem uma política pública. Ou seja, o objetivo é encaminhar, nos próximos dias, à Câmara Municipal de Fortaleza, um projeto que transforme essa ação em um programa contínuo, garantindo que esse tipo de apoio seja oferecido durante todo o ano.”
O projeto conta com o apoio dos parceiros: Fiec/Sesi, responsável pelo fornecimento de insumos e pagamento das costureiras; Love Secret e Dilady, que doaram os sutiãs; e o Grupo de Educação e Estudos Oncológicos (GEEON).
“O programa Reconstruindo Autoestima foi pensado junto com a iniciativa privada. As próteses, nos tamanhos P, M e G, somam mil unidades, acompanhadas de mil sutiãs. Hoje realizamos uma entrega simbólica, mas a distribuição continuará ao longo dos meses de novembro e dezembro. Qualquer mulher que tenha passado por cirurgia de mastectomia pode se inscrever para receber o material por meio do Fortaleza Digital”, declarou Antônio José Mota, titular da SDE.
Mutirão de mamografias
Ainda como parte das iniciativas do Outubro Rosa, a Prefeitura anunciou, no início do mês, o compromisso de zerar a fila de exames de mamografia em um ano, com a aquisição de seis novos mamógrafos, ampliando para 13 o total de equipamentos na rede municipal.
Como declarou a secretária da SMS, Riane Azevedo, mais de sete mil mulheres realizaram o exame de mamografia este mês, sendo 1.450 apenas no Hospital da Mulher.
“Nesse mês do Outubro Rosa, nós lançamos uma convocação para as pacientes que estavam aguardando o exame de mamografia. Fizemos um levantamento da fila dos últimos cinco anos e identificamos que, em agosto deste ano, havia cerca de 42 mil mulheres esperando para realizar o exame”.
“Com o novo programa lançado agora em outubro, estamos realizando essa convocação de forma direta e humanizada, por meio do WhatsApp. As mulheres cadastradas recebem uma mensagem oficial da Prefeitura de Fortaleza, com o símbolo da gestão, informando o local, a data e o horário do exame”, concluiu Riane.
Além disso, neste mês, o Hospital Instituto Dr. José Frota (IJF) realizou 10 cirurgias de reconstrução mamária ao longo de outubro, reforçando o compromisso da gestão com a saúde e o bem-estar das mulheres fortalezenses.
Reconstruindo a Autoestima

As próteses do Reconstruindo a Autoestima são produzidas por 30 costureiras remuneradas dos ateliês municipais do Pici, Canindezinho e José Walter. A expectativa é que mil próteses e sutiãs sejam entregues até o final do projeto.
Jana Moura, designer de moda e uma das responsáveis pelos ateliês, comentou sobre o impacto não só na autoestima feminina, mas também o caráter social do programa.
“A gente percebe que a autoestima delas é o que mais vai ser elevada. Porque essa prótese não é só algo para o dia a dia, ela devolve a liberdade. Elas vão poder colocar um biquíni, ir à praia, se sentir à vontade, sem se sentirem diferentes.”
“A gente sabe que muitas mulheres não têm condições de comprar uma prótese, e isso é muito duro. Algumas usam papel higiênico dentro do sutiã, outras fazem uma prótese artesanal, com algodão ou alpiste. Então, a gente entende que essa ação muda de verdade o dia a dia e a autoestima dessas mulheres”, concluiu Jana.
Maria Daurineide é uma das beneficiadas com as próteses, como ela comentou é uma mudança de vida. “Eu me sinto muito grata, é uma satisfação enorme receber essa prótese. Toda mulher mastectomizada deveria ter acesso a isso. Contribui muito para a autoestima e para a saúde como um todo.”
