
"Alívio, qualidade de vida e resgate da autonomia." É assim que Lemuel de Pádua, de 36 anos, descreve o sentimento após participar do mutirão do Instituto Dr. José Frota (IJF), por meio da Comissão Multidisciplinar de Tratamento da Dor (CTDOR), no último sábado (25/10). Ele foi um dos 39 pacientes contemplados com o procedimento intervensionista para tratar dores crônicas.
A iniciativa integra a programação do mês de combate à dor, realizado em outubro e busca intensificar o acolhimento e cuidado a pacientes que sofrem com dores crônicas decorrentes de traumas de alta complexidade. O mutirão envolveu uma força-tarefa de 18 profissionais de diversas áreas do hospital, entre médicos especialistas em dor, enfermeiros, técnicos de enfermagem e técnicos em radiologia, atuando simultaneamente em duas salas do centro cirúrgico e na sala de hemodinâmica.
Para o paciente Lemuel, acompanhado pelo Ambulatório da Dor desde 2022 após um acidente que resultou em amputação de um braço, o serviço é de extrema importância para ajudar quem sofre diariamente com fortes dores. “Possuo a síndrome do membro fantasma, no qual eu sinto dor na parte do corpo que já foi amputado. Realizo o procedimento e ele ajuda trazendo alívio, controla as crises de dor e proporciona mais qualidade de vida. Sou acompanhado mensalmente pelo ambulatório e tenho sentido que as dores vem diminuindo após os bloqueios. O que acho interessante é que o procedimento é minimamente invasivo e retorno para casa no mesmo dia”, relata de Pádua.
De acordo com Samantha Adolphsson, coordenadora do CTDOR do IJF, a Comissão trabalha diariamente no acompanhamento desses pacientes. “O bloqueio mencionado pelo paciente Lemuel é um procedimento realizado no centro cirúrgico e que oferece bem mais do que o alívio temporário. O procedimento faz parte de um plano terapêutico com foco no tratamento da dor por meio uma intervenção eficaz e segura”, explica.
Sobre o perfil de pacientes acompanhados pelo IJF, Samantha explica que o serviço é voltado para dois públicos. “Nós temos duas linha de cuidado, sendo uma voltada aos que estão internados no hospital e que precisam desse acolhimento e acompanhamento, e os que já passaram por internação no hospital e que precisam seguir em atendimento para tratar a dor crônica, seja em consultas com especialistas ou procedimentos”, explica.
Em complemento, Samantha relata que o CTDOR alcança números expressivos de atendimentos, procedimentos eletivos e visitas hospitalares. “São mais de 220 consultas eletivas por mês no ambulatório, mais de 80 procedimentos para bloqueio de dor e 200 visitas para os pacientes internados. Nesse mutirão realizamos a metade de procedimentos que realizamos em um mês. Esse resultado é fruto de uma força-tarefa de uma equipe dedicada e que se empenha para oferecer o melhor acolhimento aos nossos pacientes”, finaliza a coordenadora.
