
Quando a escola abre espaço para a curiosidade, os alunos mostram que também sabem investigar. É com essa proposta que os estudantes da Rede Municipal vivenciam a 14ª Feira de Ciências e Cultura de Fortaleza. A etapa distrital do evento segue até quarta-feira (3/9), reunindo 180 projetos elaborados por alunos do 3º ao 9º ano do Ensino Fundamental e da Educação de Jovens e Adultos (EJA). O evento é realizado em parceria com a Seara da Ciência, equipamento da Universidade Federal do Ceará (UFC).
A Feira é resultado de um processo que começa dentro das próprias escolas. “Primeiro, as unidades realizam suas feiras internas, depois os trabalhos passam por uma seleção e chegam à etapa distrital. Daqui, seguem para a fase municipal. A cada ano, vemos projetos mais consistentes, alunos mais engajados e nossa parceria com a UFC mais fortalecida”, destaca Osvaldo Negreiros, coordenador do Ensino Fundamental – Anos Finais da Secretaria Municipal da Educação (SME).
Entre os projetos apresentados, estão experiências práticas, propostas ambientais, ações de conscientização e produções interdisciplinares. Um deles, desenvolvido pelos alunos Maria Clara Mendes e Thomas Melo, do 5º ano da Escola Municipal Colônia Z-8 (Mucuripe), utiliza ovos imersos em líquidos como refrigerante e vinagre para simular os efeitos da má escovação dental. “A gente colocou os ovos em vários líquidos para mostrar o que acontece com os dentes se não escovarmos direito. Foi muito legal fazer essa demonstração e ver as pessoas interessadas”, pontua Maria Clara.

Os temas escolhidos nos trabalhos variam de acordo com os interesses das turmas. No 9º ano da Escola Municipal Bárbara de Alencar (Ancuri), o foco foi nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O projeto Pequenas Ações, Grandes Mudanças procurou conectar os ODS ao cotidiano dos estudantes. “A gente já tinha ouvido falar, mas não sabia direito o que era. Agora queremos praticar isso no dia a dia”, explica a aluna Lara Santos. Para o colega Wanderson Lopes, “estimular pequenas atitudes como não jogar lixo nas ruas já faz a diferença”.
As professoras orientadoras Cleidivânia Pinheiro e Itatiaia Sampaio, que trabalham Geografia e Ciências, ressaltam o quanto a interdisciplinaridade enriqueceu o projeto. “A Feira também é uma oportunidade de conectarmos nossas áreas do conhecimento. Professores de disciplinas diferentes se unem em projetos que geram muita troca e aprendizagem. O trabalho de Maria Clara e Thomas exemplifica isso e mostra o quanto esse evento contribui para a aprendizagem”, comenta Itatiaia.
Segundo Edna Lúcia, coordenadora dos Anos Iniciais da SME, a Feira consolida-se como política pública de valorização da pesquisa no Ensino Fundamental. “Esse momento é significativo para desenvolver o pensamento crítico, o espírito investigativo e a curiosidade científica desde cedo. Mais do que uma exposição de trabalhos, esse é um espaço de partilha de saberes, onde os alunos se tornam protagonistas”, afirma.
As apresentações da etapa distrital começaram na última sexta-feira (29/8), no Cuca Mondubim, com projetos dos Distritos de Educação 4 e 5. A programação seguiu nesta terça-feira (2/9), na AABB Fortaleza, reunindo os Distritos 2 e 6. O encerramento acontece nesta quarta-feira (3/9), na Seara da Ciência, com a participação dos Distritos 1 e 3. Ao final desta fase, 72 projetos serão selecionados para representar os distritos na fase municipal, prevista para os meses de setembro e outubro.
