
A Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria Municipal da Juventude, e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) lançam, nesta sexta-feira (11/4), a exposição “Espera”, com fotografias de jovens formados nos cursos da Rede Cuca. A mostra reúne imagens e depoimentos de pessoas que convivem com a dor da ausência e a esperança de encontrar familiares desaparecidos. A abertura da exposição será a partir das 14h, no Cineclube do Cuca Jangurussu, com a exibição do documentário que apresenta o processo de produção das fotos com familiares de pessoas desaparecidas. Em seguida, será aberta a visitação ao espaço da exposição.
Com curadoria do fotógrafo Celso Oliveira e produção de Léo Silva, “Espera” é composta por 30 imagens selecionadas a partir de ensaios realizados por alunos dos cursos de fotografia do Cuca Jangurussu com familiares de pessoas desaparecidas. Os fotógrafos são os jovens Dasha Shannah, Jefferson Moura, Caio Porfirio, Brenda Kelvia, Samara Carvalho, Laiza Lopes, Natã Rocha e Maria Clauziane.
A exposição ficará em cartaz no hall do Cuca Jangurussu até o mês de maio e depois segue em circulação pelos demais equipamentos da Rede Cuca.
“Espera”
“Espera” é resultado de um curso extensivo de Fotografia Documental, ofertado pela Rede Cuca em parceria com o CICV, sob orientação do professor Ulisses Narciso. Os jovens foram selecionados com base no seu desempenho nas aulas de fotografia do Cuca Jangurussu. Ao longo de quatro meses, os jovens tiveram aulas expositivas e práticas e participaram de oficinas e encontros para debater sobre temas como proteção de pessoas; mecanismos de busca e localização de pessoas desaparecidas; e comunicação no mundo humanitário, com especialistas da área.
“De posse de todo esse referencial teórico-conceitual, o curso se direcionou à produção das imagens. Foi o ciclo de práticas onde os alunos e alunas visitaram as famílias e produziram o acervo de imagens destinado à exposição fotográfica. A forma como os jovens se portaram, com respeito e muita empatia em relação às famílias foi exemplar. E o resultado em termos da qualidade das fotografias, do ponto de vista técnico e estético, foi excelente e refletiu tudo o que foi discutido durante os módulos do curso extensivo”, destacou o professor Ulisses Narciso.
Para a captação das imagens, os fotógrafos foram acompanhados pelo CICV para visitar três famílias residentes da Região Metropolitana de Fortaleza que têm casos de familiares desaparecidos. O projeto primou por trabalhar com um material teórico que apresentasse aos jovens a fotografia documental, com leituras de portfólio de fotógrafos que se destacaram na produção de imagens com grande impacto na sociedade.
“A parceria entre a Rede Cuca e o CICV nos alegra. O que a turma de fotografia apresenta nesta exposição vai além da expressão criativa: é um ato de empatia e coragem. Os jovens transformam suas vivências nas periferias de Fortaleza em um instrumento de sensibilização, abordando, através da arte, a dor do desaparecimento de pessoas. As lentes de suas câmeras capturaram – para além das imagens – os olhares e o coração que quem Espera - espera por seus entes queridos, por respostas e por justiça”, disse Caterina Assenti, chefe do escritório do CICV em Fortaleza.
Rede Cuca
A Rede Cuca é uma política pública de proteção social e oportunidades para jovens executada pela Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria Municipal da Juventude. Iniciada em 2009, atualmente, a Rede Cuca conta com cinco Centros Urbanos de Cultura, Arte, Ciência e Esporte (Cuca), localizados nos bairros Barra do Ceará, Mondubim, Jangurussu, José Walter e Pici. O sexto Cuca está em construção e ficará localizado no bairro Vicente Pinzón.
Cada equipamento possui uma infraestrutura que conta com salas multiuso, estúdios de rádio, música, TV e fotografia, salas de artes cênicas, teatro, cinema, ginásio poliesportivo, piscinas semiolímpica e infantil, quadra de areia, salas de artes marciais e biblioteca.
Todas as ações desenvolvidas pela Rede Cuca são gratuitas e têm como público-alvo jovens de 15 a 29 anos e suas famílias. Mensalmente, são ofertadas cerca de 7 mil vagas, somando práticas esportivas, cursos de artes (dança, teatro e música), cursos de formação (nas áreas de tecnologia, linguagens, ciência e educomunicação), além de oficinas e capacitações profissionais.
CICV
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) é uma organização humanitária neutra, imparcial e independente, presente em mais de cem contextos. Atua há cinco anos em Fortaleza para contribuir com as autoridades municipais e estaduais e com a sociedade civil na resposta às consequências humanitárias da violência armada.
O escritório do CICV tem diferentes programas que atuam de maneira coordenada e transversal para apoiar a sociedade e o Estado brasileiro na elaboração e implementação de respostas multidisciplinares e sustentáveis, em benefício das comunidades impactadas pela violência armada.
Serviço
Abertura da exposição “Espera”
Data: 11/4 (sexta-feira)
Horário: 14h
Local: Cuca Jangurussu (Av. Gov. Leonel Brizola, s/n - Jangurussu)
