A Prefeitura de Fortaleza lançou, nesta quarta-feira (26/11) no Paço Municipal, o Observatório da Mulher, ferramenta que reúne dados para a análise e aprimoramento de políticas públicas. O objetivo é consolidar informações, indicadores sociais e estudos que ampliem a compreensão sobre as condições de vida das mulheres e orientem a tomada de decisões do poder público. A Prefeitura de Fortaleza e o Governo do Ceará, por meio do Programa FORtaleCE, realizam o evento.

Observatório da Mulher

A iniciativa é fruto de cooperação com instituições como a Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Estadual do Ceará (Uece), Banco do Nordeste (BNB/Etene), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJ-CE), Procuradoria Especial da Mulher da Câmara Municipal, Secretaria dos Direitos Humanos do Ceará (Sedih) e Instituto de Planejamento e Pesquisa de Fortaleza (Ipplan).

Segundo o prefeito Evandro Leitão, o Observatório da Mulher representa um marco histórico nas políticas públicas de gênero na Capital.

“Infelizmente, ainda enfrentamos, no século XXI, problemas gravíssimos em uma sociedade doente, o que reforça a necessidade de dar maior visibilidade às pautas relacionadas às mulheres. É nessa perspectiva que a Prefeitura de Fortaleza está lançando o Observatório da Mulher, em parceria com diversos órgãos e instituições das esferas federal, estadual e municipal”, afirmou.

Evandro reforçou que as ações do Observatório são transversais, com capacidade de gerar e analisar dados de diversos eixos do Plano Fortaleza Inclusiva.

“O objetivo é reunir esforços para implementar ações e políticas públicas baseadas em evidências e em dados concretos, atuando em áreas como saúde, educação, empreendedorismo e autonomia econômica, entre outras. Dessa forma, buscamos fortalecer iniciativas que garantam respeito, proteção e valorização às mulheres, que desempenham um papel fundamental na nossa sociedade”, concluiu Evandro.

A secretária da Mulher de Fortaleza (Semulher), Fátima Bandeira, também celebrou a elaboração do Observatório.

“Hoje, para garantir governança e orientar a definição de políticas públicas, é fundamental trabalhar com informações concretas. Não podemos planejar ações voltadas às mulheres a partir de impressões ou senso comum. Precisamos de dados sólidos para identificar onde atuar e quais políticas devem chegar à ponta, de forma efetiva, para transformar a vida das mulheres”, observou.

Artur Bruno, presidente do Ipplan, destacou a relevância da iniciativa e comentou sobre o perfil da mulher fortalezense.

“A maioria da população de Fortaleza é feminina. Muitas mulheres são chefes de família, um dado importante. Elas estão empreendendo cada vez mais e são maioria na educação em todos os níveis de escolaridade. Esses dados mostram que as mulheres de Fortaleza são extremamente atuantes em tudo que fazem”, informou Bruno.

Índice de Qualidade de Vida da Mulher de Fortaleza (IQVMF)

Uma das principais ações do Observatório é a elaboração do Índice de Qualidade de Vida da Mulher de Fortaleza (IQVMF), indicador pioneiro desenvolvido em parceria com o Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), unidade de pesquisa e inteligência econômica do BNB. O índice integrará dados de saúde, educação, segurança, economia e autonomia financeira. Allison Martins, gerente do Etene, comentou sobre a formulação do indicador.

“O primeiro passo do trabalho será uma revisão de literatura, identificando o que há de mais avançado no mundo em termos de pesquisa e metodologias nesta área. Em seguida, construiremos a metodologia do indicador. Com isso, buscamos alcançar resultados mais eficazes e eficientes, promovendo bem-estar à população de Fortaleza, especialmente às mulheres do nosso município”, disse.

A vice-reitora da UFC, Diana Azevedo, ressaltou como a universidade pode contribuir com pesquisas e dados para o Observatório.

“Dentro da UFC, temos uma representação significativa da sociedade, especialmente após a implementação da Lei de Cotas. Nosso corpo discente reflete a diversidade brasileira e, em particular, a diversidade cearense. Além das estatísticas relacionadas aos nossos estudantes, aos projetos de extensão e à pós-graduação, contribuíram com estudos já desenvolvidos por grupos de pesquisa dedicados às temáticas de gênero, família e recortes étnicos. Esse conhecimento será fundamental para fortalecer o Observatório da Mulher”, finalizou.