A pré-eclâmpsia é uma condição grave que pode surgir durante a gestação ou no parto. Caracterizada pelo aumento da pressão arterial e aparecimento de proteína na urina, podendo levar à alteração em vários órgãos como rim e fígado, a doença afeta cerca de 5% das gestantes e, quando não diagnosticada e tratada a tempo, pode representar sérios riscos para a mãe e o bebê. Muitas vezes, a única forma de controle é a antecipação do parto, o que pode levar a complicações para o recém-nascido, incluindo longas internações em Unidades de Terapia Intensivas neonatais (UTIs).
Diante desse cenário, o Dia Mundial da Conscientização sobre a Pré-eclâmpsia, celebrado em 22 de maio, é uma data importante para ampliar o conhecimento sobre a doença, seus sinais e sintomas. Falar sobre a pré-eclâmpsia é um passo fundamental para salvar vidas.
A prevenção da pré-eclâmpsia começa na Atenção Primária à Saúde, porta de entrada da gestante no SUS. É nesse primeiro nível de cuidado que os profissionais realizam o levantamento dos principais fatores de risco, como obesidade, diabetes, histórico de pré-eclâmpsia em gestações anteriores, entre outros. Com base nessa estratificação de risco, são adotadas medidas de profilaxia e definidas as condutas mais adequadas para cada caso.
As gestantes que apresentam indicação de acompanhamento especializado são referenciadas para o pré-natal de alto risco, realizado nas Policlínicas e nas maternidades de referência do Governo do Estado. É a partir dessa avaliação inicial e do vínculo com a maternidade de referência que se fortalece uma linha de cuidado segura, integral e resolutiva para a saúde da mãe e do bebê. As equipes dessas unidades são preparadas para identificar e acompanhar casos de pré-eclâmpsia, garantindo uma assistência segura, humanizada e de qualidade para as gestantes da capital.
Assistência especializada
Por meio da sua linha de cuidado materno-infantil, a Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza (SMS), oferece assistência especializada para gestantes em maternidades da rede própria: Hospital Distrital Gonzaga Mota Barra do Ceará (Gonzaguinha Barra do Ceará), Hospital Distrital Gonzaga Mota José Walter (Gonzaguinha José Walter), Hospital Distrital Gonzaga Mota Messejana (Gonzaguinha Messejana) e o Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC), que atualmente passa por reforma para melhorias estruturais e funcionais. A capital também conta com o Hospital e Maternidade Dra. Zilda Arns Neumann (Hospital da Mulher de Fortaleza), que acolhe pacientes via Central de Regulação.
Somente nos primeiros meses de 2025 (até 19/5), as maternidades da Rede Municipal de Fortaleza já realizaram mais de 3 mil partos, com assistência humanizada e estrutura qualificada. Na Atenção Primária à Saúde, no mesmo período, foram realizados cerca de 40 mil atendimentos de pré-natal, com acompanhamento sistemático e preventivo desde o início da gestação.
Em relação aos casos de maior complexidade, em janeiro e fevereiro deste ano, foram registrados mais de 270 atendimentos a gestante com sinais ou complicações relacionadas à pré-eclâmpsia, com 60 internações.
O compartilhamento de informações corretas, a escuta atenta e o acesso oportuno aos serviços de saúde é essencial para reduzir riscos e garantir segurança durante a gestação. Em caso de sintomas como dor de cabeça intensa, inchaço, alterações na visão ou dor abdominal, a recomendação é procurar imediatamente uma maternidade de alto risco. A informação pode fazer toda a diferença.