Com a ocorrência de chuvas na cidade, a Prefeitura de Fortaleza chama atenção da população, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), para os riscos de transmissão da leptospirose. A doença infecciosa é provocada por urina de roedores e pode ser transmitida pelo contato com água suja ou contaminada. De 2021 a 2023, foram registrados 111 casos de leptospirose e 16 óbitos. Somente em 2023, foram 36 casos da doença e seis óbitos. Em 2024, até o momento cinco casos foram confirmados e um óbito.

O gerente da Célula de Vigilância Ambiental e Riscos Biológicos, Atualpa Soares, alerta para que seja evitado o contato direto com águas da chuva acumuladas e a lama de alagamentos ou esgoto. Pais e responsáveis devem estar atentos para que crianças não nadem ou brinquem em córregos ou rios, possivelmente contaminados. "É de extrema importância, também, que cada cidadão mantenha a sua casa e os arredores limpos, livres de mato, entulho e lixo", reforça.

A doença

A leptospirose é causada por uma bactéria (Leptospira) que é eliminada, principalmente, pela urina dos ratos. Os animais domésticos podem também contrair a doença e se tornarem transmissores.

Com as chuvas, as fezes e urina se misturam com a água de esgotos, bueiros e calhas, que passam a ficar contaminadas. A bactéria presente na urina penetra no corpo humano pela pele, principalmente, se houver algum arranhão ou ferimento, ingestão de água ou alimentos contaminados.

Cuidados

Para o controle dos roedores, recomenda-se o destino adequado do lixo, armazenamento apropriado de alimentos, desinfecção e vedação de caixas d'água, frestas e aberturas em portas e paredes. É preciso cuidado com a água de beber e evitar acúmulo de entulhos em terrenos baldios.

Profissionais que trabalham na limpeza de bueiros, entulhos e desentupimento de esgoto devem usar botas e luvas de borracha (ou sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés). Desinfetar com água sanitária os locais e objetos que entrarem em contato com a água ou lama também é uma medida de prevenção.

Sintomas e atendimento

Os primeiros sintomas da doença são febre alta, mal-estar, dores de cabeça constantes e intensas, dores pelo corpo, principalmente na panturrilha, cansaço e calafrios. Também são frequentes dores abdominais, náuseas, vômitos, diarreia e desidratação. Nos casos mais graves, pode ocorrer amarelamento da pele e dos olhos.

Em caso de sintomas leves, a orientação é procurar um dos 118 postos de saúde; já com sintomas mais graves, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). A leptospirose é uma doença curável, e o diagnóstico e o tratamento são realizados de forma rápida, o que garantirá uma boa recuperação.

Enfrentamento à leptospirose

A Prefeitura de Fortaleza realiza, por meio da SMS, atividades visando ao enfrentamento à leptospirose por meio da prevenção e do combate à proliferação de roedores. As ações são realizadas em espaços públicos, locais de manejo de resíduos sólidos, feiras, bueiros e áreas que representem risco iminente, com o intuito de prevenir a incidência de casos de leptospirose em locais com maior probabilidade de ocorrências.

Nas ações, são utilizados produtos para o controle populacional de roedores - esse material utilizado não é prejudicial aos seres humanos. Em 2023, 99 mil imóveis considerados como áreas de risco foram desratizados.

Durante as visitas, os agentes realizam também ações educativas com a comunidade, esclarecendo o que pode ser feito para evitar a proliferação de ratos, como evitar o acúmulo de lixo e entulho nas calçadas e quintais, e também como armazenar corretamente seus resíduos sólidos e colocá-los na calçada apenas no dia e na hora da coleta de lixo.

Obs: Os dados de 2023 ainda podem sofrer alterações este ano, devido às investigações de casos e óbitos.

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A alta de casos de hepatite A em alguns estados do País traz um alerta para a importância dos cuidados visando evitar a doença. Diante disto, a Prefeitura de Fortaleza reforça, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), as formas de prevenir essa doença, que pode afetar crianças e adultos de todas as idades, inclusive, neste período que antecede as festividades do Carnaval com grandes aglomerações.

A doença

A hepatite A é uma infecção causada pelo vírus A (HAV) da hepatite, também conhecida como hepatite infecciosa. Na maioria dos casos, trata-se de uma doença benigna, mas o curso sintomático (os sintomas que vão surgindo) e a letalidade aumentam com a idade. A transmissão se dá pelo contato de alimentos ou água contaminada.

Não há tratamento específico para hepatite A, mas é importante evitar a automedicação para alívio dos sintomas, pois o uso de medicamentos desnecessários ou que são tóxicos ao fígado pode piorar o quadro.

Orientações

De acordo com a coordenadora de Imunização de Fortaleza, Vanessa Soldatelli, a vacina contra hepatite A é o método mais eficaz de prevenir a doença. Ela está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), como dose única, para crianças de 15 meses até 4 anos, 11 meses e 29 dias de idade. Em 2023, 23.109 doses do imunizante foram aplicadas neste público-alvo, o que equivale a 73% da cobertura vacinal.

As crianças não imunizadas ou que não possuem a comprovação ou cujos responsáveis não recordam da aplicação da vacina também podem ir aos postos de saúde e se proteger.

Os sinais de alerta com relação aos sintomas, que podem atingir adultos e crianças, são dor abdominal e a icterícia, que é quando a pessoa fica com aspecto amarelado, principalmente na área dos olhos e unhas. Há casos em que há sangramentos e fezes muito claras.

Confira os cuidados para evitar a hepatite A
- Lavar as mãos frequentemente, sobretudo depois de ir ao banheiro e trocar fraldas; e, claro, antes de comer e de preparar refeições;
- Higienizar com água tratada, clorada ou fervida os alimentos que serão consumidos crus. Deixe os alimentos de molho por 30 minutos;
- Garantir o cozimento adequado dos alimentos antes de consumi-los, principalmente os frutos do mar;
- Lavar pratos, copos e mamadeiras com cuidado após o uso;
- Evitar contato com chafarizes, água de enchentes e esgoto a céu aberto;

Atendimento

Em casos leves, o tratamento pode ser feito com repouso e hidratação. Em casos graves, pode ser necessária a internação hospitalar para monitoramento e tratamento de complicações.

Pessoas com sintomas leves devem procurar os postos de saúde; já com sintomas mais moderados, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

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Mulher fala ao microfone para pessoas sentadas em auditório
Ana Rosemberg, uma das pioneiras na implantação de programas de controle e tratamento do tabagismo no Ceará e no Brasil, comemorou a queda de 40% dos índices de fumantes no país

Cerca de 200 profissionais da saúde e educação estiveram reunidos nesta sexta-feira (31/05) para debater estratégias de prevenção e controle ao tabagismo. O Fórum Temático, promovido pela Secretaria Municipal da Saúde, em parceria com a Escola de Saúde Pública do Ceará, resultou na carta "Caminhando para uma Fortaleza Livre do Tabagismo."

Durante a abertura, Ana Rosemberg, uma das pioneiras na implantação de programas de controle e tratamento do tabagismo no Ceará e no Brasil, comemorou a queda de 40% dos índices de fumantes no país, nos últimos 12 anos, de acordo com a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). Em Fortaleza, o índice de jovens que fazem uso do cigarro é de 5%, taxa menor que a média nacional de 6,7% entre pessoas de 18 e 27 anos que se declaram fumantes.

Considerado doença crônica caracterizada por dependência física e comportamental, o tabagismo tem tratamento oferecido hoje em 54 unidades básicas da Secretaria Municipal da Saúde, onde os fumantes podem se inscrever para o Programa de Combate ao Tabagismo.

Após a inscrição, o tabagista passa por uma triagem que define o nível de dependência do cigarro e a motivação em parar de fumar. O interessado no programa precisa entender o tabagismo como uma doença e que ele deve estar preparado para deixar de fumar em 30 dias. Em seguida, ele passa a integrar um grupo de apoio onde são realizados encontros que abordam, entre outros assuntos, o comportamento do fumante em relação ao cigarro e como ele pode quebrar os elos de dependência, vencendo inclusive a síndrome de abstinência, irritabilidade e alterações de humor.

No avançar das sessões, pacientes com maior dependência e que não apresentam redução no uso do cigarro ou com várias tentativas frustradas de deixar de fumar podem receber indicação do uso de tratamento medicamentoso, que também é disponibilizado gratuitamente e é associado ao tratamento comportamental nos grupos de apoio.

 

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