senhora de máscara sentada em cadeira sobre calçada com cachorro no colo e rua em frente rua com piso intertravado
"Foi um benefício maravilhoso. A rua agora parece um tapete”, descreve Maria Lúcia do Nascimento

Os finais de tarde de Maria Lúcia do Nascimento, moradora do Conjunto Jardim Glória, comunidade do bairro Cajazeiras, agora não são mais os mesmos. Durante cinco anos, ao colocar a cadeira na porta de sua casa para conversar com vizinhos, a costureira conviveu diretamente com muita poeira, lama e esgoto a céu aberto.

Agora a realidade é diferente. O piso é intertravado, não há mais mau cheiro, nem é mais necessário varrer a casa duas vezes por dia para manter a limpeza. “Quando chegamos aqui tinha muita lama, poeira, a gente não podia sair sem pisar na água suja. Foi um benefício maravilhoso. A rua agora parece um tapete”, descreve.

líder comunitário andando pela rua em piso intertravado
Alexandre Mafra, líder comunitário e Agente de Cidadania

A mudança é resultado do Programa de Infraestrutura em Educação e Saneamento de Fortaleza (Proinfra), da Prefeitura de Fortaleza. Somente no Jardim Glória, foram investidos R$ 14,7 milhões, que garantiram 21 ruas urbanizadas com novo sistema de drenagem, esgotamento sanitário e cerca de 16 mil m² de pavimentação em piso intertravado, além de nova iluminação e calçadas, gerando qualidade de vida, mobilidade, segurança e acessibilidade.

Para a dona Maria Lúcia, a facilidade de locomoção é outra vantagem. “Agora o ônibus passa bem pertinho, para ir ao supermercado é mais fácil e parece até que tudo ficou mais próximo”, diz.

A comunidade sofria com problemas ocasionados pela falta de infraestrutura básica, o que resultava, inclusive, em constantes alagamentos. De acordo com a secretária da Regional VI, Darlene Braga, milhares de pessoas viviam em uma situação de baixíssima qualidade de vida. “Hoje podemos ver um espaço totalmente revitalizado. Essa foi uma obra que possui impacto na saúde, no social e na autoestima das pessoas. O nosso próximo passo é garantir o Papel da Casa aos moradores”, destaca.

O líder comunitário e Agente de Cidadania e Controle Social, Alexandre Mafra, ressalta que a luta por infraestrutura de saneamento no local também contou com a participação ativa da associação do bairro, que por meio de audiências e reuniões, encaminhou a demanda para a Prefeitura e viu as melhorias se concretizarem.

“O Prefeito viu a nossa necessidade e realizou uma parceria entre gestão e moradores. Em 2019, quando foi assinada a Ordem de Serviço, pudemos ter a garantia do início das obras que iriam transformar o Jardim Glória. Hoje, posso dizer que foi uma excelente mudança em nossa comunidade, que fez a diferença tanto na área social como na urbanização, e a gente só tem a agradecer a gestão municipal”, afirma Alexandre.

homem de máscara e chapéu posando atrás de balcão de comércio com produtos ao fundo
"Valeu a pena acreditar, e a Prefeitura deu valor à comunidade, mostrou que nós existimos", comenta o comerciante José Roberes da Silva

Cidadania e desenvolvimento

Assim como aconteceu no Jardim Glória, obras do mesmo tipo também já foram concluídas na comunidade Unidos Venceremos, no Barroso. As intervenções foram resultado de uma luta de mais de 20 anos dos moradores, que viram suas vidas melhorarem após a remodelação de 17 ruas, e de um investimento de R$ 2,2 milhões.

Com o Proinfra, outras 28 comunidades de Fortaleza devem ser contempladas, tendo critério de escolha os bairros e as comunidades que possuem os menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH), de modo que o serviço chegue às pessoas que mais precisam, conforme a secretária municipal de Infraestrutura Manuela Nogueira.

"São regiões da cidade onde não existia infraestrutura e que pudemos entregar, principalmente, bem-estar, qualidade de vida, saúde e educação. Tudo isso vem através de uma obra física, mas que resulta na transformação da cidadania dessas pessoas”, explica.

Para o comerciante José Roberes da Silva, morador do Conjunto Jardim Glória há 14 anos, as obras impactam não só seu negócio, que agora recebe com mais facilidade os fornecedores e tem maior movimentação de mercadorias e clientes, mas também a forma de encarar a rotina, de se reconhecer como morador.

“Na comunidade a gente vê como se fosse um sonho realizado. Vemos todo mundo sorrindo, satisfeito. Vale a pena acreditar, e a Prefeitura deu valor à comunidade, mostrou que nós existimos. A gente fica cada dia mais feliz com isso. Dessa vez, a gente sente a diferença”, descreve.

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mulher sentada com marido em pé atrás e filho no coloco, todos sorrindo para a foto
Sabrina é beneficiária do Programa e divide um apartamento com o marido e quatro filhos no bairro Floresta enquanto aguarda a reforma da casa ficar pronta

Desde 2015, a Prefeitura de Fortaleza tem mantido, por meio da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Habitacional (Habitafor), um compromisso com famílias em situação de vulnerabilidade social, com a efetivação do Programa de Locação Social, que atualmente conta com 1.250 vagas.

A iniciativa garante um auxílio financeiro mensal temporário a famílias enquadradas na Lei 10.328/15, como aquelas que habitam em áreas de risco, possuem baixa renda ou estão em situação de rua; vítimas de infortúnio público; ou mulheres em situação de violência doméstica e/ou sexual, idosos e pessoas com deficiência, entre outros casos, que são avaliados individualmente por assistentes sociais.

Além disso, o Programa também executa outras políticas públicas em diferentes áreas da Cidade, dando às famílias impactadas a possibilidade de moradia digna enquanto ocorrem intervenções do Município. Um exemplo disso aconteceu nas comunidades do Campo Estrela e São Cristóvão, onde 88 famílias permaneceram assistidas com o auxílio financeiro até a conclusão das obras, em 2018. Atualmente, famílias vinculadas a projetos como Vila do Mar e Serviluz, as comunidades Terra Prometida e Raio de Luz, e das lagoas do Papicu, Zeza e Urubu são beneficiadas.

“Atualmente, temos quase 900 famílias assistidas de forma permanente nessas e em outras áreas de intervenção da Prefeitura. A ideia é que elas fiquem o tempo necessário para se restabelecer ou mesmo retornar para a área de origem totalmente requalificada”, observa a coordenadora de Locação Social da Habitafor, Luciana Lima.

homem de máscara abraçando senhora idosa. ambos posam para a foto
“Agradeço muito esse tempo de benefício, porque vivemos de auxílio-doença e não dá para suprir o mês inteiro", declara César Amora

Um exemplo dessas famílias é a da diarista Sabrina do Nascimento. Beneficiária há cerca de oito meses, divide um apartamento com o marido e quatro filhos no bairro Floresta, no entorno da Lagoa do Urubu, enquanto aguarda a reforma da casa ficar pronta. Antes, morava em uma ocupação na região e foi contemplada com a melhoria da casa e com o aluguel.

“Na época, a equipe da Habitafor veio nas nossas casas e disse que as famílias iam ficar no aluguel social. Orientaram que fôssemos ao banco e nosso nome já estava lá para a gente receber o cartão e poder sacar o dinheiro todo mês. Foi um benefício que veio no momento certo. Estávamos reformando a nossa casa e tivemos essa opção, e foi um conforto para a nossa família não ficar desamparada, ter onde ficar com os nossos filhos enquanto a gente espera a reforma ficar pronta”, lembra Sabrina.

Para ela, que pela profissão não tem uma renda fixa, o auxílio ajudou a manter a estabilidade da família, principalmente durante o período da pandemia. “Nem sempre tenho o dinheiro certo para a gente se manter, e com o aluguel, ficamos aliviados. Durante a pandemia, eles adiantaram o benefício para o início de cada mês”, completa.

O tempo de permanência no Programa de Locação Social é até dois anos, mediante reavaliação semestral que constate a continuidade da condição que justificou o ingresso do beneficiário. Além da Habitafor, a Secretaria dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS) e a Secretaria da Segurança Cidadã (Sesec) também aplicam o Programa em suas ações.

Quem já está completando dois anos de aluguel social é o pintor César Amora. Ele mora com a mãe, que é idosa e deficiente física, no bairro Vila Peri, e há dez anos, parou de trabalhar fora para cuidar dela em tempo integral. “Eu estava sempre indo à Habitafor, buscando saber sobre os sorteios das casas, e as assistentes sociais começaram a me perguntar sobre a minha situação. Um dia, ligaram para mim, marcaram uma visita e puderam constatar que a minha situação era realmente de dificuldade. A partir disso, fui informado de que nós nos enquadramos no perfil de aluguel social. No mês seguinte passei a receber”, explica o beneficiário.

César foi contemplado em sorteio com um apartamento adaptado do residencial Alto da Paz, do programa Minha Casa, Minha Vida, e está apenas aguardando receber as chaves da nova moradia. “Agradeço muito esse tempo de benefício, porque vivemos de auxílio-doença e não dá para suprir o mês inteiro, por isso, o aluguel social tem sido uma grande ajuda. Estou ansioso. Depois vou sair do aluguel e vai ser uma vida nova. As expectativas são as melhores”, diz.

Investimentos

Em 2019, a Prefeitura investiu quase R$ 3.750.000, distribuídos em cerca de nove mil auxílios diretos e, desde 2015, quando a Lei da Locação Social foi sancionada pelo prefeito Roberto Cláudio, o Município concedeu 34.730 benefícios, aportando investimentos de mais de R$ 14 milhões.

Se comparada às maiores cidades do país, Fortaleza aparece com o segundo maior valor per capto permanente por aluguel social, atrás apenas de Brasília. Entre os valores das cinco cidades com maior população, Brasília tem o maior auxílio com R$ 600,00, seguido por Fortaleza (R$ 420,00), São Paulo (R$ 400,00), Salvador (R$ 300,00) e Rio de Janeiro (R$ 216,00).

Já entre as capitais do Nordeste, Fortaleza fica atrás de Maceió (AL), que recebeu ajuda da Defesa Civil Nacional para um caso específico de instabilidade do solo envolvendo moradores dos bairros Pinheiro, Mutange e Bebedouro, que receberam auxílio de até R$ 1.000,00 e Natal (RN) que, num caso semelhante ao da capital alagoana, pagou R$ 998,00 a moradores da comunidade do Jacó. As demais capitais nordestinas mantêm pagamentos de aluguel social que variam de R$ 400,00 em São Luís a R$ 350,00 em João Pessoa, e de R$ 300,00 em Aracaju, Salvador e Teresina a R$ 200,00 em Recife.

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print de videoaula de dança com várias fotos de participantes. todos posando para a foto
Videoaula do curso de Formação em Dança

Os desafios impostos pela pandemia do novo coronavírus seguem motivando a readaptação de diversos eixos da administração pública. Nesse sentido, o estímulo às manifestações culturais permanece em evidência na cidade de Fortaleza. Por meio do Projeto #VilanaRede, a Prefeitura garante ao público o acesso a atividades gratuitas e virtuais. A iniciativa, oriunda do Complexo Cultural Vila das Artes, garante a disseminação e a democratização das mais diversas linguagens artísticas diante das orientações sanitárias previstas pelas autoridades de saúde.

A programação periódica inclui a exibição de filmes e a apresentação de espetáculos circenses, musicais e teatrais. Paralelamente, a realização de palestras, videoconferências, debates, esquetes e videoaulas pluralizam as oportunidades oferecidas.

A diretora da Vila das Artes, Mileide Flores, ressaltou o intuito da proposta. “A Vila já estava se preparando para entrar com programações na rede quando chegaram a pandemia e as recomendações de distanciamento social. Somos um complexo cultural com uma Escola que apresenta um curso de audiovisual reconhecido nacionalmente, que formou muitos dos que hoje fazem cinema no Ceará e no Brasil, e estamos também em processo de início das atividades de uma escola de arte e cultura digital. Então, não fazia sentido, à época, trabalharmos apenas de forma presencial quando o virtual já é realidade em nosso espaço. Com isso, antecipamos o projeto no virtual e imediatamente criamos um canal no Youtube”, explica.

mulher em uma casa sentada à frente de mesa olhando para computador
Marina Holanda é aluna da Escola Pública de Audiovisual da Vila das Artes

Plataformas

Por meio da união de esforços entre os corpos docente e discente, múltiplas plataformas virtuais passaram a oportunizar vivências audiovisuais, práticas dançantes e ações focadas na cultura digital. “Foi construído um manual de como pensar, executar e transmitir aulas remotas. A partir daí, passamos a migrar também para as plataformas on-line as ações abertas ao público em que isso fosse possível, com o uso dos recursos de videoconferências, videoaulas e transmissões ao vivo. Para a finalidade, utilizamos, além do Youtube, o Instagram, o Facebook, o Streamyard e o Google Meet”, informa.

Inclusão

Estimulando a inclusão, os interessados, mediante inscrição, podem acessar a grade disponibilizada ao público em geral. “Toda a programação on-line da Vila das Artes está disponível em nossas redes sociais, perfis no Instagram e no Facebook, e nos portais da Prefeitura de Fortaleza e do Instituto Cultural Iracema, com execução aberta a todos, sobretudo, no canal da Vila no Youtube”, pontua.

Cursos de longa duração

Paralelamente, o Complexo Cultural Vila das Artes oferece formações básicas e continuadas em Dança, Teatro e Audiovisual. “As aulas dos cursos de longa duração, em específico, que já estavam em andamento, como formações básicas em Dança e em Teatro, formação continuada em Teatro e o curso de Realização em Audiovisual, vêm sendo transmitidas internamente aos seus respectivos alunos e alunas”, destaca Mileide.

Os investimentos oriundos da atual gestão possibilitaram a aquisição de recursos mais aprimorados. “Contratamos o serviço Google Suit, que nos permite um usufruto mais completo das plataformas Google Meet e Google Classroom, para que os professores pudessem produzir os conteúdos EAD com metodologia debatida pelas equipes de cada escola”, acrescenta.

Matriculada na Escola Pública de Audiovisual da Vila das Artes há 1 ano e 4 meses, a jornalista Marina Holanda detalhou os desafios e as vantagens extraídas da virtualização dos processos de formação. “É desafiador para todos os segmentos. A turma de Audiovisual passa por vários recortes sociais que são impactados pelas circunstâncias trazidas pela pandemia. No entanto, consigo observar o empenho da Escola em chegar até nós e entender as realidades para estabelecer uma dinâmica possível. Além disso, a distância física, a pandemia em si e a limitação dos encontros têm feito a nossa turma querer criar, por si mesma, oportunidades de pensar formas de existência no espaço artístico”, detalha.

menina com malha e meia-calça sorrindo para a câmera enquanto faz abertura no chão
"No meio de toda essa pandemia, as aulas foram nosso momento de conexão com os professores e a Escola", declara Nicole Castro

Visando ao respeito às individualidades, a Coordenação do curso vem alinhando, por meio do diálogo transversal, a logística implantada à realidade de cada turma. “Algumas pessoas não conseguiram se adaptar como gostariam aos módulos ofertados neste formato. Por isso, foi adotado um formulário por parte da Coordenação para entender qual a melhor forma de retomarmos as atividades pós-recesso. Isso permite maior interação entre colegas e intervenções ao vivo nos debates das aulas. O que considero um ponto muito positivo na qualidade da nossa formação nesse contexto limitado”, avalia Marina.

As oportunidades oferecidas, de acordo com a estudante, expandem o acesso ao crescimento profissional. “Temos colegas ofertando formações, exposições on-line para conseguirem se sustentar, entre outras produções de conteúdo na rede. Diante disso, vejo a Vila como um espaço que pode fortalecer esses trabalhos, no quesito estrutura. Dando acesso a plataformas, disponibilizando equipamentos para que possamos dar continuidade à experiência de formação artística em audiovisual”, declara.

Aos 14 anos, a estudante Nicole Castro, matriculada na Formação em Dança, destacou a importância da manutenção das atividades ao longo do isolamento social. “Eu comecei a dançar bem pequena, aos quatro anos, e estou matriculada na Vila das Artes há seis. Logo no início da pandemia, a Escola começou a enviar videoaulas com carga horária variada, adaptada à necessidade de cada turma. A gente tem se adaptado aos desafios da nova rotina. No meio de toda essa pandemia, as aulas foram nosso momento de conexão com os professores e com a Escola, que sempre estiveram atentos às nossas necessidades e ansiedades. Isso auxilia a saúde física e mental”, comenta.

Férias na Vila

Ampliando o espectro de atividades, ao longo do mês de julho, o Vila das Artes promoveu o programa Férias na Vila. “Julho é o mês de férias das aulas dos cursos básicos e de longa duração. Apesar disso, durante esse período, mantivemos programações riquíssimas das escolas públicas de Audiovisual, Dança e Teatro. A Escola Pública de Circo, que está preparando nesse momento o chamamento público para formação de sua primeira turma, também elaborou uma programação de esquetes de atividades circenses selecionadas por meio de edital destinado a artistas de todo o Ceará”, ressalta a diretora Mileide Flores.

senhora de óculos de frente para a foto
Mileide Flores, diretora da Vila das Artes

Benefícios alcançados

Diante dos esforços desprendidos, Mileide avalia positivamente o alcance das iniciativas. “Ir para a web com todo o calendário de programações já previstas foi a decisão mais acertada que tivemos. O número de acessos, de visualizações e de seguidores dos perfis institucionais é muito satisfatório e segue em franco crescimento. A repercussão na Cidade hoje, em relação ao que somos na web, é muito boa. O ótimo exemplo é o Cineclube Vila das Artes, que em seu formato presencial sempre mantinha público bastante reduzido, e em sua versão "Sessões de Quarentena" passou a ter um público numeroso, de diferentes cidades de todo o País. Há uma constatação geral de que, diante dos fatos, a Vila pós-pandemia será virtual e presencial”, afirma.

Adaptações e novidades

Além da programação remota, o espaço físico do equipamento cultural encontra-se, neste momento, em reforma para adaptações estruturais. “Isso irá acompanhar o crescimento natural a partir do pleno funcionamento de suas escolas de Audiovisual, Dança e Teatro, incluindo a chegada efetiva da escola de Circo e o debate para a maturação de uma Escola Pública de Arte e Cultura Digital”, antecipa a Diretora.

As intervenções devem ser concluídas ao longo deste semestre. “A reforma está com previsão de término para o mês de setembro. A partir daí, acreditamos que já tenhamos definições mais claras sobre o retorno de nossas aulas em formato híbrido, com aulas presenciais e remotas. No retorno, teremos um espaço aconchegante para os que frequentam, para os alunos e para os que trabalham no complexo cultural”, garante.

Publicado em Cultura
print de vídeo de youtube com duas mulheres participando e abaixo o texto
Psicóloga da Rede Cuca, Evelyn Freitas, em live sobre saúde mental na Juv.Tv

A Prefeitura de Fortaleza ampliou as atividades disponibilizadas pela Rede Cuca em atendimento psicossocial e de promoção da saúde. Novos formatos de atendimento voltados para a saúde mental dos jovens foram adotados em virtude do isolamento social ocasionado pela pandemia do novo coronavírus.

Por meio da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas de Juventude (CEPPJ) e da Diretoria de Promoção de Direitos Humanos (DPDH), são realizadas oficinas, rodas de conversa, vídeos, lives, acolhimento psicológico, atendimento social e um Grupo de Cuidado em Saúde Mental. Já são mais de 1.300 atendimentos apenas no mês de junho de 2020.

A psicóloga da Rede Cuca, Evelyn Freitas, explica que o Grupo de Cuidado em Saúde Mental tem a proposta de oferecer espaço seguro de fala, interação interpessoal, construção de vínculos e acolhimento de angústias. "Acreditamos que a fala é uma das formas para lidar com a ansiedade, e viver essa estratégia em grupo potencializa o espaço de cuidado. Mas entendemos que para algumas pessoas seria importante disponibilizar o acolhimento individual, e assim nasceu o 'Queremos Te Escutar', que proporciona um espaço de acolhimento psicológico para a juventude de Fortaleza”, explicou.

garota jovem posando e sorrindo para a foto
“Esse grupo foi uma das grandes experiências que vivenciei e que trouxe mudanças para a minha vida", conta Hortênsia Priscila

Hortênsia Priscila Sousa, de 25 anos, além de ter sido foi uma das jovens monitoras em atendimento psicossocial em 2020, foi convidada para participar de seis encontros ao longo do mês de junho. Ela considera a iniciativa essencial, principalmente pelo momento do isolamento e da pandemia, já que as pessoas precisam de mais cuidados e se tornam mais propensas a adoecerem por ansiedade e depressão, por exemplo.

“Esse grupo foi uma das grandes experiências que vivenciei e que trouxe mudanças para a minha vida. A gente acaba percebendo que o nosso problema não é maior que o do outro e que todos têm problemas. O grupo fez com que eu me fortalecesse junto aos outros jovens e foi um grande aprendizado, fez com que eu buscasse novas soluções para a minha vida. Houve uma grande conexão entre os participantes, eu me sentia confortável em compartilhar situações com os outros, além do auxílio dos profissionais, que foi excelente”, comentou.

O projeto atende jovens já atendidos pelo trabalho presencial e também alcança outros que não conheciam a Rede Cuca. “A cada atividade realizada, a cada feedback compartilhado, conseguimos perceber que estávamos no caminho seguro e cheio de sentido, proporcionando espaços de cuidado e pequenos oásis no meio do deserto que enfrentamos”, concluiu Evelyn.

rapaz jovem vestido com a camisa da rede cuca olhando para o lado com rosto apoiado em um dos braços
Pedro Felipe diz que o momento em grupo o ajudou a conviver melhor com a família durante a quarentena

Outro exemplo de atividade positiva no quesito saúde mental foram as rodas de conversa no mês diversidade. Assim como no atendimento psicossocial, a conversa foi realizada por videoconferência. Quem relata a experiência é o artista, ativista LGBTQ e treinador do projeto Peace Leaders, Pedro Felipe, de 23 anos. O momento em grupo o ajudou a conviver melhor com a família durante o período da quarentena.

“Como jovem atendido e como educador social, visualizo uma grande necessidade de falar sobre saúde mental e autocontrole. Estando direto em casa, convivendo diariamente com minha família com a qual tenho uma relação próxima, porém conturbada, o grupo esclareceu e abriu os olhos para que eu conseguisse entender e absorver o que eu poderia fazer pela minha saúde mental”, disse.

Protagonismo Juvenil

A DPDH também conta com atividades voltadas ao protagonismo juvenil. Durantes os meses de maio e junho, foram realizadas, remotamente, atividades como oficinas sobre artesanato e com tema circense, a campanha Abra Suas Asas, V Encontro Pela Diversidade Nerd, Semana de Moda e Arte Drag, além de diversos bate-papos. No total, 3.242 atendimentos foram realizados.

Publicado em Juventude
rapaz e moça jovens sorrindo para a foto lado a lado
Antonio Neri e Nilciane Silva tiveram a oportunidade de fazer intercâmbio na Espanha e na Inglaterra, respectivamente, por meio do Juventude Sem Fronteiras

Viver em outro país conhecendo novas culturas e aprendendo um novo idioma pode parecer algo inalcançável para muitos estudantes da rede pública, mas desde 2017, a Prefeitura de Fortaleza vem tornando esse sonho possível para muitos jovens da periferia da Capital. Por meio do programa Juventude Sem Fronteiras, 298 estudantes do Academia Enem conquistaram e aproveitaram essa oportunidade.

Um desses jovens é Antonio Neri, que fez intercâmbio em Salamanca, na Espanha, em 2019. “Uma pessoa pobre, que mora no Bom jardim, conseguir cruzar o oceano para estudar e ter uma imersão sociocultural de forma gratuita? Pois é, eu fiz isso e acreditem: é verdade. Todos os dias, eu tinha aula pela manhã e à tarde participava de uma rota cultural em que um professor ia explicando sobre a cidade. O Juventude Sem Fronteiras foi uma oportunidade única”, declarou.

garoto sentado em pedra com monumento ao fundo e sorrindo para a foto
Antonio Neri em Salamanca, Espanha

Nilciane Silva de Mesquita, moradora do Jardim Jatobá, é outro exemplo. Ela não desistiu após as duas primeiras tentativas de ser aprovada no Enem para participar do Programa, e na terceira vez, conseguiu alcançar o objetivo. “Toda vez que eu ouvia falar do Juventude Sem Fronteiras meus olhos já enchiam de lágrimas, porque eu queria ter aquela oportunidade também, mas parecia algo tão distante. Eu fiz questão de frequentar o máximo de aulas naquele ano e vi o resultado refletido na minha nota do Enem”, contou a intercambista, que em pouco tempo, viu sua vida mudar por completo e teve a chance de realizar, também em 2019, o sonho de aprender inglês na terra dos Beatles, Liverpool.

Durante o intercâmbio, além das aulas de espanhol ou inglês, os jovens têm a chance de conhecer outras culturas e formar novos laços, além da aquisição de conhecimento que poderá ajudá-los na vida pessoal e profissional. Antonio Neri diz que, após a experiência em Salamanca, tornou-se mais responsável, resiliente e confiante. “Antes do JSF, tinha muito medo de errar, de arriscar. Agora não. Sei que se eu errar é melhor porque vou aprender efetivamente. Hoje sou uma pessoa mais autoconfiante e acredito mais no meu potencial”, comentou.

Hoje estudante de Odontologia, Antonio estimula outros jovens a se esforçarem na busca pelos seus objetivos. “Para você que está no Academia Enem, você está trilhando o seu caminho para o sucesso, a mudança de realidade para você e sua família e, assim como eu, vai poder escolher qual seu destino do Juventude Sem Fronteiras, viajar e trazer na bagagem mais que lembranças, mas também uma mudança de perspectiva de vida. Acredite em você e nos seus sonhos. Tudo é possível para aqueles que perseveram”, atentou.

moça jovem posando para foto em frente às estátuas dos beatles
Nilciane em Liverpool, na Inglaterra

Para Nilciane, hoje estudante de Direito na Universidade Federal do Ceará (UFC), a experiência foi transformadora. “Faltam palavras para descrever como foi importante pra mim. Eu me sinto muito grata por ter tido a oportunidade, por ter gente que acreditou no meu potencial e investiu em mim. Sou grata por pessoas que colocaram o projeto para frente e fizeram funcionar. Sou grata porque essas coisas me fizeram acreditar em mim e já me levaram muito, muito longe mesmo. Espero de verdade que esse programa continue seguindo e atingindo mais jovens que, como eu, não tinham noção do quanto são capazes”, completou a universitária, que, atualmente, participa do projeto Juventude Ativa, validando o cadastro dos estudantes da Academia Enem 2020 nos Cucas.

Juventude Sem Fronteiras

Criado em 2016, o Projeto Juventude Sem Fronteiras oferece intercâmbio de oito semanas em países, como Espanha e Inglaterra, para os 100 melhores alunos do Academia Enem. A Prefeitura de Fortaleza custeia toda a viagem, desde as passagens aéreas, emissão de visto e de passaporte, alimentação, hospedagem e seguro médico e de viagem, ajuda de custo e atividades culturais programadas.

Para participar da seleção, o aluno matriculado no Academia Enem precisa ter entre 18 e 29 anos, ter cursado o Ensino Médio integralmente na rede pública ou ainda estar cursando o terceiro ano em escola pública, ter obtido frequência mínima obrigatória de 65% nas aulas do Academia Enem e ter comprovado a nota geral no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

“Muitos jovens vivem situações difíceis, têm autoestima baixa e falta de crença neles mesmos porque passam parte da vida ouvindo isso, que não vão conseguir. O Juventude Sem Fronteiras tem o poder de mostrar que eles podem. A gente acredita em vocês, vocês vão conseguir por meio dos seus esforços nos estudos. Essa experiência pode abrir e mudar a mente. E quando ela muda, nunca mais volta ao que era antes. A educação, o acesso à cultura, ninguém tira de ninguém”, destacou Julio Brizzi, titular da Coordenadoria de Políticas Públicas de Juventude de Fortaleza.

Academia Enem

O projeto possibilita que alunos da rede pública de ensino se preparem para o Enem estudando com os melhores professores da Cidade e com acesso a material educacional de qualidade.

Em 2020, 8 mil jovens já iniciaram as aulas, que contam com as seguintes disciplinas: Técnicas de Estudo, Aprendizagem e Motivação e Redação do Enem, além de Matemática, Geografia e História. Desde sua criação, o Academia Enem já beneficiou quase 80 mil jovens.

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mãe segurando braços de filho bebê andando atrás de bola
"Agora aprendo tudo o que eu preciso fazer com meu filho e é uma benção. Ele está bem desenvolvido para a idade", comenta Tatiane Nascimento

Apoiar as famílias em situação de vulnerabilidade para que promovam o desenvolvimento integral de suas crianças no período da gestação e até os três anos de idade. Este é o propósito e o grande desafio do Cresça com Seu Filho/Criança Feliz, uma política pública inovadora implantada pelo Gabinete da Primeira-dama, Carol Bezerra.

mulher sorrindo para a foto de braços cruzados
Emanuelle Melo, coordenadora do Programa

Desde sua criação, em outubro de 2014, o programa oferece, por meio de uma rede intersetorial, possibilidades de desenvolvimento para crianças de famílias em vulnerabilidade. Até o momento, já foram registradas 125.368 visitas domiciliares, com 10.187 crianças cadastradas, e 797 agentes comunitários e 223 enfermeiros capacitados.

Para a coordenadora do Cresça com Seu Filho/Criança Feliz, Emanuelle Melo, os números apontam para um avanço que superou muitas expectativas. "O porgrama cresceu. O manual, por exemplo, foi todo revisado. Ele tinha 90 atividades e está hoje com 148. Também incluimos as visitas a gestantes. Trabalhávamos com quatro faixas etárias e ampliamos para oito. E vamos avançar mais, porque o Programa tem um grande potencial", destaca.

A iniciativa reuniu esforços de diversos órgãos públicos que atuam na área social, promovendo uma política diferenciada a essas crianças, em especial, por meio de ações das secretarias de Saúde, Educação, Cultura, e Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, com articulação do Gabinete da Primeira-dama. Os órgãos trabalham de forma coesa para a construção de uma rede que beneficia o desenvolvimento saudável desses novos cidadãos.

Mulher sorrindo para a foto segurando livro
"A criança criada com amor não vira um adulto violento. Ela cresce educada, equilibrada e feliz", explica a agente agente comunitária de saúde, Regina Célia da Silva

A dona de casa Tatiane Nascimento, de 32 anos, é mãe do pequeno João Vitor, de 11 meses. Ela já tem um adolescente de 15 anos, mas admite que acompanhar o primeiro ano de vida do filho mais novo foi bem mais fácil porque ela já conhecia o Cresça com Seu Filho/Criança Feliz. "Quando engravidei a primeira vez, era adolescente e não tinha a orientação que tenho hoje. Agora aprendo tudo o que eu preciso fazer com meu filho e é uma benção. Ele está bem desenvolvido para a idade", comenta.

Tatiane conta com as orientações da agente comunitária de saúde, Regina Célia da Silva, que acompanha a jovem desde o nascimento do João Vitor. Foi dela que partiu o convite para que Tatiane tivesse acesso ao Programa. "Fui fazer o pré-natal no posto e ela falou do Programa, aceitei e hoje a Regina é uma benção na minha vida. Tem coisa que eu não lembrava mais e ela me ajuda muito", ressalta.

A orientação vem desde a gestação, passando por fases importantes como amamentação e introdução alimentar, até fortalecimento do vínculo entre mãe e filho. Regina Célia afirma que no início teve um certo receio. "Mas fiz o treinamento e me capacitei. Toda e qualquer dúvida que chega até a gente tem sido esclarecida. Quando começamos o projeto e vimos o desenvolvimento da criança e que as mães gostavam, a gente criou mais gosto de fazer, com mais amor. Aqui eu oriento, mostro o livro de atividades e, a cada semana, eu volto para saber se a criança se desenvolveu. A parte afetiva também é importante. A criança criada com amor não vira um adulto violento. Ela cresce educada, equilibrada e feliz", explica.

duas mulheres sentadas brincando com bebê sentado no meio segurando bola e sorrindo
Regina Célia em visita à Tatiane e João Vitor

A importância do vínculo da mãe com a criança é essencial para o desenvolvimento na primeira infância. Por meio de atividades semanais e as orientações do agente de saúde, a mãe aprende sobre o que é fundamental para fortalecer esse laço, como explica Regina. "Não é só após nascer. No início, quando eu pedia que ela falasse com ele na barriga, ela dizia que ele não iria ouvir, que era muito pequeno. Mas eles ouvem. Depois ela me confirmou que ele riu muito e a tendência é que os laços se fortaleçam com o tempo. Cada fase exige a aplicação de novas atividades, que vão ajudar no desenvolvimento neuromotor da criança. E elas precisam ser feitas em casa", esclarece a agente.

Em cada visita, além de acompanhar o desenvolvimento da criança, os agentes dialogam com a família e tiram todas as dúvidas que surgem. Este acompanhamento vai até o terceiro ano de vida, quando, geralmente, o ciclo se fecha e as mães são recomendadas a darem continuidade às atividades. "Eu me sinto realizada. Quando a gente completa o ciclo, do nascer aos três anos, é uma vitória. E geralmente eu peço que as mães continuem a brincar, a conversar, dar atenção à criança e corrigir também. Tudo que se faz nesse período, da gestação aos três anos, repercute na vida adulta", afirma Regina Célia.

Ampliação

O Cresça com Seu Filho/Criança Feliz atua em mais de 35 bairros das Regionais I, V e VI. Devido ao seu alcance, ao potencial reconhecido e aos números que já foram registrados, em outubro de 2019, foi iniciada a fase de universalização do Programa. A meta é chegar a todas as Regionais.

"A gente começou com capacitações, porque nosso objetivo, na universalização, é capacitar todos os enfermeiros e todos os agentes comunitários de saúde do Município. Todos precisam estar aptos a desenvolver o Programa. Hoje já temos mais 879 agentes de saúde e 145 enfermeiros sendo capacitados e à disposição. O que imaginamos para o futuro é fazer com que todas as crianças tenham acesso aos serviços que a Prefeitura está oferecendo. Um serviço totalmente baseado nas evidências científicas da neurociência. Nossa meta é de que 7 mil crianças sejam acompanhadas mensalmente", disse a coordenadora do Programa, Emanuelle Melo.

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homem em pé posando para a foto e segurando um peixe em cada mão com mercado ao fundo
Francisco Franciné Couto é um dos permissionários do Mercado dos Peixes do Vila do Mar

O Mercado dos Peixes do Vila do Mar, na Barra do Ceará, tem gerado negócios e novas oportunidades para a população do bairro. O comércio de pescado na região é a principal fonte de renda de muitas famílias que, com o novo equipamento, ganharam um local de trabalho mais digno e seguro.

senhor com filhas ao lado dentro de box do mercado, todos sorrindo para a foto
“Nesses 36 anos que moro aqui, sempre trabalhei no mar para conseguir criar minhas filhas", lembra o Sr. Francisco ao lado de Regina e Renata

Francisco Franciné Couto é um dos vendedores que receberam permissão da Prefeitura para comercializar no local e agora atua em um dos 15 boxes do Mercado. Ele conta que desde que chegou ao Ceará, vindo de São Paulo, tira seu sustento "do mar". “Nesses 36 anos que moro aqui, sempre trabalhei no mar para conseguir criar minhas filhas. Após um tempo como pescador, passei a ser vendedor de peixes em uma bicicleta”, lembra.

Antes da construção do Mercado, os pescadores locais atuavam no calçadão da orla. Embora fosse uma tradição antiga, o cenário não tinha qualquer apoio. Diante disso, a Prefeitura decidiu intervir para atender a demanda, providenciando um ambiente adequado para o comércio. “Antigamente, todos os dias, estávamos debaixo de sol e chuva levando e trazendo mercadorias pesadas de nossas casas. Era difícil. Agora temos um ambiente com higiene, segurança e boas condições para trabalhar”, afirma Sr. Francisco.

Além do espaço físico, o Município também garantiu aos permissionários uma capacitação por meio do projeto Praça Empreendedora, uma iniciativa da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico (SDE) e da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), em parceria com a Secretaria Regional I.

Mulher sorrindo para a foto
"A clientela aumentou por causa da boa qualidade do nosso serviço", diz Sueli Ribeiro

Durante uma semana, os comerciantes participaram de aulas sobre serviço eficiente, excelência do atendimento, venda criativa, motivação e operação das atividades, normas sanitárias e territoriais, entre outros assuntos. Sueli Ribeiro de Oliveira, uma das permissionárias, menciona que as aulas foram fundamentais para aprimorar seu ofício. "Todos nós participamos do curso. Aprendemos sobre vendas, atendimento ao cliente e diferencial. A clientela aumentou por causa da boa qualidade do nosso serviço", diz.

Segundo o secretário da Regional I, Rennys Frota, inúmeros aspectos na atuação dos vendedores foram avaliados e alguns foram identificados e, assim, aprimorados na qualificação. "Estas capacitações são essenciais para corrigir as adversidades e conceder mais conhecimento e expertise aos permissionários”, explica.

Estrutura e melhorias no entorno

Inaugurado no dia 07 de dezembro de 2019, o Mercado dos Peixes do Vila do Mar é dividido em 15 boxes padronizados em alvenaria, revestidos por cerâmica com balcão para atendimento, pia, instalação adequada para fogão, espaço para freezer e caramanchão em madeira.

Com o novo equipamento, a região ganhou mais uma opção de fomento turístico. Para Elias Silva, um dos vendedores beneficiados, o novo Mercado dos Peixes é um dos muitos investimentos realizados no bairro. "Nós temos esse calçadão, Lar do Idoso, avenida e acessos facilitados também. Aqui à noite, tem muita gente que vem para comer, passear e isso é vantajoso para nós. A cada dia mais eu vejo meu bairro crescer e isso é ótimo", destaca Elias.

Publicado em Economia
duas moças com roupa, touca e máscara de enfermeira andando em corredor empurrando carrinho com materiais
Para além do extenso ensino teórico-prático, o programa também confere aos residentes a convivência direta com colegas de outras profissões

Explorar novas possibilidades, desenvolver técnicas, trabalhar os pacientes de forma abrangente, multidisciplinar e humanizada. Estas são algumas competências que desafiam o dia a dia da turma de Residência Multiprofissional em Saúde do Instituto Dr. José Frota (IJF), programa realizado em parceria com a Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE) desde 2014.

mulher de óculos posando para a foto
Renata Barreira, coordenadora do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde

Coordenado pelo Centro de Estudos e Pesquisas do IJF (CEPESQ), o curso de especialização imersiva contempla profissionais de Enfermagem, Fisioterapia, Nutrição, Odontologia, Serviço Social e Psicologia, que são incorporados à rotina do hospital. Cada turma reúne 16 residentes, que cumprem carga horária de 12 horas diárias ou 60 horas semanais, completando uma jornada de 5.760 horas ao longo de dois anos.

Para além do extenso ensino teórico-prático no que é hoje o maior hospital de urgência e emergência do Ceará, o programa também confere aos residentes a convivência direta com colegas de outras profissões, que não só ampliam as possibilidades de tratamento e abordagem em relação aos pacientes, mas intensificam a experiência no ambiente hospitalar, conforme destaca a coordenadora do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde, Renata Barreira.

moça de óculos olhando para a frente
Segundo a residente Caroline Vasconcelos, as intervenções em grupo são mais eficientes graças às outras possibilidades de atividades que vão além do desenvolvimento de técnicas

“Os participantes estão imersos em várias atividades teóricas, transversais e comuns a todos os profissionais de todas as residências, além do programa mais específico em urgência e emergência, que também aborda as questões referentes a cada categoria profissional. Isso garante um olhar muito mais amplo e abrangente, para além da própria profissão”, explica.

Renata aponta, ainda, que o programa é potente por ser um projeto de residência muito amplo e que já é bem consolidado. “O lócus é referência na nossa cidade, o espaço acolhe traumas e todo tipo de violência externa. É um hospital que exige respostas muito rápidas e profissionais muito capacitados, e recebe pacientes extremamente complexos”, destaca.

Para a residente de Psicologia Andyslene Freitas, 27 anos, a oportunidade de trabalhar com outras profissões é um diferencial. “Podemos perceber o sujeito dentro de dimensões sociais que interferem nesse processo da saúde e, a partir disso, dialogar de forma que todo o trabalho se torna também mais benéfico para o paciente”, diz.

moça sentada olhando para a frente
"São 12 horas do nosso dia e é tudo muito intenso, mas também é muito gratificante”, garante Iashena Mendes

Segundo a residente de Enfermagem Caroline Vasconcelos, de 26 anos, as intervenções em grupo são mais eficientes graças às outras possibilidades de atividades inclusas na carga horária, que vão além do desenvolvimento de técnicas. “São estudos de caso, realização de seminários, tudo em momentos de interação e compartilhamento de experiências com as outras categorias profissionais", comenta.

Viviane Pacífico (24), residente de Enfermagem, afirma que "a experiência é um diferencial em relação a outras especializações na área da saúde. É interessante estar dentro do cenário da prática, não se compara a nenhuma outra modalidade de especialização.”

Por sua vez, Iashena Mendes, de 27 anos, também residente de Enfermagem, destaca que é inovador participar deste tipo de programa. “É uma imersão profunda no serviço, além de ter um retorno financeiro. São 12 horas do nosso dia e é tudo muito intenso, mas também é muito gratificante”, garante.

moças de jaleco e batas sorrindo para a foto atrás de balcão de hospital
O curso de especialização imersiva contempla profissionais de Enfermagem, Fisioterapia, Nutrição, Odontologia, Serviço Social e Psicologia

Residência médica

Conforme o tutor de internos do Programa de Residência de Medicina de Emergência do IJF, Maximiliano Porto, o Hospital é referência como escola para médicos, tanto pela diversidade de diagnósticos, por ser um grande centro de trauma, como pelo fato de os profissionais já terem incluído em suas rotinas o aprendizado de colegas mais jovens. “O IJF tem a configuração de priorizar o paciente no atendimento e ao mesmo tempo transmitir esses conhecimentos e dar oportunidade, com responsabilidade e supervisão, em todos os níveis de complexidade”, ressalta.

O tutor conta que a rotina dos médicos aprendizes envolve desde habilidades de comunicação com os pacientes ao campo cirúrgico, passando pela carga teórica, que inclui também lições de ética e profissionalismo. “O residente precisa se apresentar de forma profissional, adequada, segura e ética, de forma que o paciente seja valorizado do ponto de vista de uma consulta, atendimento e cirurgia bem feitos, seguindo todos os passos e oportunizando a formação”, conclui.

Publicado em Saúde
dois cachorros em coleira em frente a veículo
O Vetmóvel oferta atendimentos gratuitos, como consulta veterinária, vacinação antirrábica, registro geral animal, além de exame para diagnóstico do Calazar

Mais do que animais de estimação, cães e gatos se tornaram membros da família, companheiros, seres que merecem todo o respeito e cuidado dos humanos. Eles enchem os lares de alegria, dão alento e ensinam, todos os dias, que o respeito, a atenção e o desprendimento devem fazer parte da rotina cotidiana.

mulher segurando cachorro e sorrindo para a foto
Jaínia Sampaio e seu compenheiro Luke

Jaínia Sampaio tem um cachorro de quatro meses e é um desses casos de pessoas que se doam aos filhos de pêlo. A dona do Luke disse que o animal foi um divisor de águas em sua vida. Segundo ela, que mora só, ele é mais que um pet, é um amigo para todas as horas e que trouxe uma nova energia ao lar, que estimula o afeto e lhe faz companhia.

Já Alexandra Marques, defensora da causa animal, teve, após uma situação de perda, despertada a vontade de cuidar e possibilitar uma vida melhor a animais da Cidade que não tiveram a mesma sorte do Bruce, o pet falecido, e que contou com uma família que o acolheu nos momentos mais difíceis. “Ele era um filho. A sua morte me despertou algo maior, que eu poderia ajudar tantos outros animais que precisavam de atenção e cuidados, mas que por estarem em situação de abandono não recebiam nem o mínimo”, disse.

Em ambas as situações, o amor e o cuidado são os mesmos, porém, as duas cuidadoras não teriam como prestar atendimento médico-veterinário aos animais que amam, caso não contassem com o Vetmóvel.

mulher de cócoras ao lado de cachorro sorrindo para a foto
Alexandra Marques, defensora da causa animal

O serviço, implantado pela Prefeitura de Fortaleza em junho de 2018, oferta atendimentos gratuitos, como consulta veterinária, vacinação antirrábica, registro geral animal, além de exame para diagnóstico do Calazar, que são disponibilizados ao público geral. Já as castrações são destinadas, exclusivamente, aos animais cujos cuidadores são de baixa renda e oriundos de ONGs e protetores independentes, sendo obrigatória a apresentação do NIS, RG, CPF e comprovante de endereço dos tutores para a realização do serviço.

Desde o início de seu funcionamento, o Vetmóvel já atendeu mais de 57.800 cães e gatos da Cidade. Desses, 19.569 foram consultas, 16.886 vacinas, 8.759 testes de triagem para Calazar, 7.000 castrações, 2.855 implantes de microchips (registro animal) e 2.748 hemogramas.

“Aqui, cada paciente é único. Na maioria das vezes, eles sempre trazem consigo uma história de dor, seja de abandono ou maus tratos. Para mim, é muito grandioso atuar no equipamento, pois cada dia a gente vive uma experiência diferente e se depara com histórias as quais é preciso contornar com muita sabedoria e empatia para fazer a diferença. Vejo no Vetmóvel uma chance enorme de agregar ainda mais coisas positivas à minha carreira de anestesista e de poder ajudar”, contou Glaucia Sampaio, anestesiologista do equipamento.

duas mulheres de jaleco, máscara e touca examinando gato
"Vejo no Vetmóvel uma chance enorme de agregar ainda mais coisas positivas à minha carreira de anestesista e de poder ajudar”, contou Glaucia Sampaio

Seja de forma individual ou por meio do serviço prestado à comunidade animal desprotegida, o Vetmóvel beneficia a todos sem preconceito. “Administro uma comunidade de adoção com mais de 71 mil inscritos no Facebook. Já perdi a conta do número de animais abandonados que trouxemos para o Vetmóvel para receber cuidados, atendimento ou castração, pensando tudo em uma adoção responsável. Não consigo mais imaginar Fortaleza sem o Vetmóvel. Hoje, temos políticas públicas para a causa animal, coisa que nunca tivemos”, completou Alexandra Marques.

Todos os atendimentos desenvolvidos pelo Vetmóvel são ofertados gratuitamente e podem ser acessados todos os dias da semana, das 8h às 17h, sendo as castrações pré-agendadas. No local, são realizados atendimentos, triagem e vacinação por ordem de chegada. Além desses, são desenvolvidas atividades de conscientização.

Em 2019, foram realizadas 798 palestras sobre bem-estar animal e guarda responsável em escolas, universidades, praças e eventos realizados por instituições ou protetores independentes promovidos pela Coordenadoria Especial de Proteção e Bem-Estar Animal (Coepa).

mulher falando para a foto
“Já estamos licitando o segundo Vetmóvel e nossa clínica veterinária pública do Município já está em construção", destacou Toinha Rocha

Toinha Rocha, titular da Coordenadoria para a Causa Animal, declarou que o trabalho é muito gratificante e que a Prefeitura está construindo, pela primeira vez em sua história, uma política pública consistente, um legado para a área, lembrando que muito mais está por vir. “Já estamos licitando o segundo Vetmóvel, nossa clínica veterinária pública do Município já está em construção, estamos preparando a licitação para comprar todos os maquinários, os equipamentos, receber os gestores que estarão lá trabalhando para que a clínica atenda a todos e a todas”, destacou.

A dona do Luke, Jaínia Sampaio, saiu do Vetmóvel com um sorrino no rosto. Durante a entrevista, o resultado de exame para Calazar canino saiu. “Ele não tem nada, está saudável! O atendimento foi muito bom, ágil, com todo o cuidado com meu cãozinho, só tenho que agradecer a Prefeitura”, disse entusiasmada com o resultado e os serviços prestados.

Atendimentos no VetMóvel

Para as atividades gratuitas, são ofertadas no local senhas para o atendimento de consulta veterinária, vacinação antirrábica, registro geral animal e exame para diagnóstico de Calazar.

As castrações precisam ser agendadas presencialmente na Coepa, que funciona na sede da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), na Avenida Desembargador Gonzaga, 1630, bairro Parque Iracema (Regional VI).

Publicado em Fortaleza
senhora posa em frente ao canteiro de plantas do qual toma conta
A aposentada Abigail Marques há cinco anos aduba, limpa, organiza e mantém a área verde do canteiro central por ela adotado, em frente ao seu comércio, no bairro Cajazeiras

O Programa de Adoção de Praças e Áreas Verdes, coordenado pela Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), vem incentivando o protagonismo cidadão nas sete Regionais de Fortaleza. Em toda a Cidade, são 405 ruas, canteiros centrais, parques, praças, largos e jardins, dentre outros logradouros, adotados por associações, empresas ou pessoas físicas em toda a cidade.

Esses espaços públicos vêm sendo cuidados e ocupados desde 2015, início do funcionamento do Programa. Atualmente, as praças e os canteiros lideram, com 160 e 109 espaços adotados, respectivamente. Dentre as Regionais, o destaque vai para a Regional V, com 138 espaços acolhidos, seguido da Regional VI, com 97.

Um exemplo desse protagonismo é a aposentada Abigail Marques, de 73 anos, que há cinco anos aduba, limpa, organiza e mantém a área verde do canteiro central por ela adotado, localizado em frente ao seu comércio, na Avenida Deputado Paulino Rocha, no bairro Cajazeiras (Regional VI).

mulher posa em frente à geladeira adaptada para receber livros
O local já conta com cinco geladeiras cheias de livros que vão de filosofia à matemática

O espaço, que antes era ponto de acúmulo de lixo, se tornou mais harmônico e convidativo após o trabalho de paisagismo realizado pela própria dona Abigail e chama a atenção de motoristas e pedestres. O local já conta com cinco geladeiras cheias de livros que vão de filosofia à matemática, além de mobiliários como bancos e mesas; e adornos decorativos diversos como estátuas, cercados, símbolos religiosos e placas com frases populares, dentre outros.

O canteiro ganhou vida não apenas por ser um local limpo e arrumado, mas por conseguir engajar outros moradores do entorno, que além de utilizarem propriamente o espaço, também realizam doações de materiais e livros, que segundo dona Abigail, nem cabem mais nas estantes.

Ela conta que já foi consultada para que a iniciativa fosse replicada em outros bairros da Capital, e para o que fica como resultado do trabalho é o senso de cidadania e a mudança de comportamento dos vizinhos, que passaram a apreciar e a se engajar em prol do espaço.

“O pessoal colocava sofá velho, eletrodomésticos, sacos de lixo. Depois que me aposentei, tive a ideia de arrumar esse canteiro para evitar o lixo. Ia fazer só na frente da minha loja, mas as pessoas gostaram e cada vez mais faziam doações e eu fui aumentando o espaço. As coisas eu tiro mais de reciclagem. As pessoas também vão me dando ou eu compro, e assim vou fazendo. A sensação é de que eu estou dando um benefício a alguém e eu me sinto feliz por fazer isso”, descreve.

Além disso, Abigail também conta que pensou o espaço de forma a ser útil e aconchegante para quem passa e que já recebeu diversas respostas positivas sobre o seu empenho. “As pessoas vêm me agradecer porque eu ajudei a passar no vestibular, porque não tinham livros e vieram pegar aqui. Já veio turista bater foto dos detalhes. Vem idosos esperar o ônibus, eles se seguram na passarela que eu construí para atravessar a avenida”, disse.

Infográfico com dados

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